O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado no dia 10 de setembro, foi lembrado na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta sexta-feira (10), com uma programação que incluiu palestras, rodas de conversa e apresentações culturais. Pela manhã, no miniplenário Cônego Azevedo, aconteceu a live “Batalha Pela Vida”, coordenada pelo projeto Ronda Maria da Penha, além de uma apresentação especial da Banda da Polícia Militar.
A Capitã Franciane, Comandante da Ronda Maria da Penha, no Amazonas, lembrou que em março deste ano, a Unidade Maria da Penha perdeu um companheiro de trabalho para o suicídio e o fato, além de abalar a corporação, inspirou a criação do evento “Batalha pela Vida”. “Foi uma experiência que nos impactou muito e causou muitas reflexões. Pretendemos fazer esta live todos os anos para chamar a atenção para este problema”, disse.
O evento incluiu mesa redonda com a psicóloga da PM 1ª Tenente Daiane Veras, a psiquiatra Ana Paulo Amanajás e a psicóloga Maricília da Costa, secretária-executiva de Política para as mulheres da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), com mediação da 1ª Tenente Viviane Farias.
A psicóloga da PM Tenente Daiane Veras afirmou que é preciso haver uma normalização da busca pela melhoria da saúde mental entre os policiais militares. De acordo com ela, problemas como assédio moral, questões econômicas e conjugais estão entre os problemas mais recorrentes e que estão adoecendo a tropa. “Precisamos desenvolver pesquisas para saber o real impacto da saúde mental na tropa. Muitas vezes, o policial não aceita o estigma de buscar por uma sessão de terapia”, advertiu.
Daiana afirmou que é possível evitar o suicídio do policial militar por meio do acompanhamento pessoal, preparação dos oficiais comandantes para lidar com o problema. “Percebemos uma humanização dos novos comandantes que estão entrando, mas precisamos avançar”, concluiu.
A psicóloga Maricília da Costa, secretária-executiva de Política para as Mulheres da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) falou sobre casos de violência contra a mulher no Amazonas e alertou para o aumento de casos durante a pandemia. “Encaminhamos as vítimas de violência doméstica para terapia, pois muitas se encontram em processos depressivos. Na Secretaria da Mulher nós mostramos as mulheres que elas têm alternativas após sair do contexto de violência e as preparamos para elevar a sua autoestima e qualidade de vida”, disse.
À tarde, a programação continuou com a Roda de Conversa “Identificando as Reações para a Prevenção ao Suicídio”, realizada por meio das diretorias de Saúde, Assistência Social, Escola do Legislativo e Comissão de Saúde.
A Sede da Assembleia Legislativa recebe este mês iluminação em amarelo simbolizando a adesão do Poder Legislativo à Campanha do Setembro Amarelo.
Campanha Setembro Amarelo
A inclusão no Calendário Oficial de Eventos do Amazonas do “Setembro Amarelo” foi instituída pelo Projeto de Lei (PL) nº 452 de 2019, de autoria da deputada Therezinha Ruiz (PSDB), transformada na Lei nº 5.167 de abril de 2020.
O objetivo é iluminar em amarelo, aplicar o símbolo da campanha ou sinalização, de forma a remeter ao tema, nos prédios públicos do Amazonas, além de alertar e promover o debate sobre o suicídio e as suas possíveis causas.
Ronda Maria da Penha
A Unidade Operacional Ronda Maria da Penha da Polícia Militar do Amazonas funciona em parceria com outros órgãos que interagem e formam a chamada Rede Rosa, como o Ministério Público, Defensoria Pública, a Secretaria Executiva de Políticas para Mulheres, Instituto de Médico Legal com a Sala Rosa, Sejusc, Delegacias Especializadas de Crime Contra a Mulher e a SEAS.