Endocrinologista faz alerta para o agravamento da doença com pacientes infectados
Durante o pico da pandemia da covid-19 ficou claro que algumas pessoas tinham o maior risco de desenvolver de forma mais grave a doença. Entre elas, estão os diabéticos, que podem ser acometidos por diversos tipos da doença.
Um deles, é o diabetes mellitus, doença caracterizada pelo aumento da glicemia, ou seja, a glicose (ou açúcar) presente no sangue. A glicose é uma fonte de energia para o organismo, obtida pelos alimentos e transportada do sangue para dentro das células por um hormônio chamado insulina.
Esse excesso de glicose no sangue, se não controlado, pode levar a hipertensão, problemas no coração, nos rins, e até mesmo na visão. Mas você sabe por que a covid-19 em diabéticos pode ser diferente dos casos leves da maioria dos infectados?
A médica endocrinologista do Sistema Hapvida, Natasha Villanova, explica algumas especificidades desse grupo, denominados de diabéticos. De acordo com ela, a doença se apresenta em alguns tipos e entre as causas mais comuns está a falta de qualidade nos hábitos alimentares.
“Podem ser fatores hereditários, mas também o estilo de vida errôneo como a alimentação inadequada associada ao sedentarismo, além do consumo de álcool e cigarro, com isso, o paciente já pode desenvolver o diabetes tipo 2. O tipo 1 já é o menos frequente, porém não deixa de ser menos importante, é mais comum na faixa etária das crianças e adolescentes, mas também pode se apresentar em adultos jovens. É caracterizado por uma doença autoimune, em que há uma falência das células pancreáticas, na qual o paciente precisa estabelecer o quanto antes o diagnóstico e tratamento”, destaca.
A médica ainda faz o alerta para aquelas pessoas que estão mais propícias a adquirir a doença. “Dentre as pessoas que apresentam os fatores de risco estão: histórico familiar de diabetes, sobrepeso, obesidade, hipertensão e diabetes gestacional. No diabetes, a grande parte dele é secundário ao estilo de vida, então a prevenção acaba se tornando o principal ponto para evitar a doença. O tratamento do diabetes envolve mudança dos hábitos de vida, incluir uma alimentação mais saudável, prática regular de exercício físico, com pelo menos 150 minutos semanais, cessar o tabagismo e o consumo de álcool e iniciar o tratamento medicamentoso, de acordo com cada paciente”.
Covid em diabéticos
Ainda de acordo com a endocrinologista, diabéticos têm o mesmo risco de contrair a covid-19 do que os não-diabéticos. Contudo, o risco de a doença ser grave, é maior em diabéticos. Isso ocorre porque o sistema imunológico do diabético sofre alterações por causa dos problemas causados pelo excesso de açúcar no sangue.
“Diabetes é uma doença inflamatória, ou seja, ela está ligada com a produção de citocinas, que são moléculas inflamatórias que participam também da fisiopatologia da covid-19. Por conta disso, pessoas diabéticas estão incluídas no grupo de risco, porque pode agravar ainda mais a doença, por isso reforçamos a importância da vacinação ainda mais com essas pessoas”, alerta.
Além disso, o paciente diabético tende a apresentar alterações, a longo prazo, principalmente, em órgãos como rins e coração. Essa associação com hipertensão e obesidade, também agrava ainda mais a infecção pelo novo coronavírus.
Os sintomas da covid-19 em diabéticos são similares aos de não diabéticos: tosse, dor de garganta, cansaço e dificuldade para respirar. Mas a febre, muito comum na maioria das pessoas, pode estar ausente nesses pacientes. Além disso, na tentativa de combater a infecção, pode acontecer um descontrole da regulação do açúcar no sangue, inclusive antes de aparecerem os sintomas da covid-19, provocando vômitos e diarreia.
Como já vimos, diabéticos têm maior risco de desenvolver a forma grave da covid-19. Por isso, fique atento aos sintomas que indicam doença grave, como: dificuldade de respirar; dor no peito; sensação de falta de ar. Caso você sinta algum deles, procure o atendimento médico imediatamente.