Neste dia 17 de agosto, data em que se comemora o Dia Nacional do Patrimônio Cultural, um exemplo de projeto conectado ao patrimônio é o “Nosso Centro”, lançado pelo prefeito de Manaus, David Almeida, que está em pleno desenvolvimento, somando 38 intervenções para a revitalização do centro histórico. Centro este que teve a homologação do tombamento publicada pelo governo federal no mês passado, mais uma etapa do processo de reconhecimento do conjunto urbano, já protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb).
“Ao longo dos anos, as boas práticas de reabilitação concretizadas, de reabilitação do patrimônio cultural em diversos locais do mundo, de uso e reuso, que demonstram ganhos sociais, culturais e de promoção turística, mostram ser estratégicas para aplicação em patrimônios arquitetônicos, principalmente nos centros históricos”, comentou o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.
E durante suas observações, leituras, estudos, cursos, viagens e eventos, se percebe que o patrimônio edificado arquitetônico, cultural e até arqueológico tem uma função primordial que é de ter uma dinâmica. “Não é estático. Quando se engessa, de forma a exigir grandes referências e normas que o levam a parar no tempo ou retroceder, para tentar mostrar o que existia, acaba se criando dificuldades e às vezes inviabilizando a execução de uma atividade, de vida ao local”, comenta.
Com uma outra linha de pensamento firmada na busca da equação entre a função atual e a historicidade do bem patrimonial, mas dando a ele uma nova dinâmica e roupagem social e econômica, Carlos Valente acredita que é possível realizar revitalizações sustentáveis. Ao contrário, se corre o risco de se perder no tempo o bem e ele desaparecer.
“O prefeito David Almeida, ao receber os primeiros conceitos do ‘Nosso Centro’, com quatro etapas, disponibilizou recursos para a primeira fase para que possamos, ao final de dois anos, apresentar para a cidade como se gostaria que o centro fosse. É um trabalho estruturado, com cronograma e planejamento de tempo e recursos, que vai permitir criar uma sinalização muito forte da revitalização proposta”, completou Valente.
Junto ao Iphan, a Prefeitura de Manaus vem mantendo intenso alinhamento para a construção de um sistema de gestão compartilhado, que possa dar mais pró-atividade e auxiliar no destravamento burocrático, cada um na sua devida responsabilidade técnica e legal, respeitando as competências. “Mas caminhando em um único sentido, com as comissões técnicas e uma equipe muito capacitada”, reforçou.
Herança
Para a superintendente do Iphan Amazonas, Karla Bitar, no Amazonas é tido como patrimônio cultural brasileiro o Centro Histórico de Manaus. “Foi herdado por nós, o valorizamos, representando nossa história e a nossa identidade. Não dá para imaginar a cidade de Manaus sem o seu centro histórico”, destacou.
Para a superintendente, dada a importância do ambiente, a prefeitura e o Iphan atuam em parceria, sinergia e desenvolvendo importantes ações que visam aproveitar a herança e contribuir na qualidade de vida das pessoas.
“Todo patrimônio só tem vida longa se tiver uma função devidamente ajustável à realidade. Não podemos esquecer que todos esses patrimônios precisam ter sustentabilidade econômica e função social, incluindo o entorno. É isso que pretendemos para o Centro, que se transforme em uma área pujante e de grande importância, atraindo turismo, solidariedade, convívio e relações de toda sorte na área”, afirmou o diretor do Implurb.
O “Nosso Centro” concentra os trabalhos da Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus, criada pelo prefeito David Almeida. Ela conta com membros do Implurb, secretarias municipais de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef) e do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), além da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).