Visita do chanceler brasileiro aos EUA anima setor industrial

BRASÍLIA – A aproximação entre Brasil e Estados Unidos , que será ratificada nesta semana, com uma visita a Washington do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , é vista com bons olhos pelo empresariado brasileiro. Segundo um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as exportações brasileiras podem aumentar em ao menos 134 grupos de produtos, em setores como os de alimentos, químicos, automóveis, madeira, couro e calçados, ser for fechado um acordo de livre comércio com os EUA

— Os EUA são nossos principais compradores de produtos industrializados e a maior parte dos investimentos brasileiros está concentrada no mercado americano — disse ao GLOBO o gerente-executivo da CNI, Diego Bonomo.

Depois de participar, na segunda-feira, no Canadá, de uma reunião com outros países do continente para tratar da situação da Venezuela, no âmbito do Grupo de Lima , Ernesto Araújo desembarca nesta terça-feira em Washington, para uma visita de dois a três dias. Ele será recebido pelo secretário de Estado, Mike Pompeo; o assessor de segurança nacional, John Bolton; além de acadêmicos e congressistas republicanos e democratas. Os temas econômico-comerciais serão o ponto forte das conversas, cujo fim é preparar a viagem do presidente Jair Bolsonaro àquele país, em visita prevista para o próximo mês.

Segundo uma fonte do governo brasileiro, a visita de Araújo aos EUA servirá para “mapear o terreno e transmitir recados e visões sobre como melhorar as relações bilaterais”. Por exemplo, existe a expectativa de o governo americano anunciar o apoio à candidatura do Brasil a membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), durante o encontro de Bolsonaro com o presidente americano, Donald Trump.

Também estarão em pauta promessas de acordos bilaterais que poderão ser assinados em março por Trump e Bolsonaro. Um deles diz respeito ao lançamento de satélites americanos na Base de Alcântara (MA).

No campo comercial, os EUA querem vender carne suína ao Brasil que, por sua vez, pede a abertura do mercado americano para a carne bovina brasileira. Os EUA também tentam derrubar a tarifa de etanol, para aumentarem as vendas do produto ao mercado brasileiro. O Brasil quer o mesmo em relação ao açúcar. Ainda do lado brasileiro, os exportadores esperam que o governo americano libere as importações de aço, hoje limitadas por quotas e sobretaxas.

Fonte: O Globo