Vale quer fazer acordos extrajudiciais para pagar indenizações às famílias das vítimas de Brumadinho

BRASÍLIA — O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou nesta quinta-feira que a empresa quer acelerar ao máximo o processo de indenização dos afetados pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG), ocorrido na semana passada, através de acordos extrajudiciais.  

— Estamos buscando assinar com a maior celeridade possível um acordo com as autoridades de Minas Gerais para que comece imediatamente esse processo de indenização. Revelamos à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a nossa intenção de acelerar ao máximo o processo indenizatório. Estamos preparados para abdicar de ações judiciais e queremos assinar acordos extrajudiciais — disse Schvartsman, após se reunir com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Mais cedo, após se reunir com afetados pelo rompimento da barragem, Raquel Dodge já havia defendido a realização de acordos extrajudicias:

— A solução extrajudicial deve ser mais rápida, cada um assumindo seu dever — disse.

O executivo da Vale não informou qual será o valor das indenizações, nem se elas serão pagas apenas às famílias ou a todos os afetados. E disse que as quantias serão pagas assim que os acordos forem assinados.

— Não existe um valor definido. Vai ser aquilo que for necessário. Quando for definida a extensão das vítimas, o valor será decorrente disso — acrescentou.

No início da semana, o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, afirmou que a companhia vai pagar R$ 100 mil a cada família de vítimas da tragédia. Entretanto, segundo Siani, esse valor não é indenização, é uma doação.

Questionado por um jornalista se temia a prisão de algum executivo da mineradora, Schvartsman disse que não há motivos para nenhum executivo da empresa ser preso:

— Não tenho nenhum motivo para temer a prisão de um executivo.

Sirenes não tocaram

Ainda durante a entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, o presidente da Vale confirmou que as sirenes da barragem da Mina do Feijão não tocaram para alertar os moradores da tragédia. Segundo ele, o motivo para a falha na comunicação foi a rapidez com que o acidente aconteceu.

— Aconteceu um fato que não é muito usual: houve um rompimento muito rápido da barragem. A sirene que deveria tocar foi engolfada pela lama — explicou Schvartsman.

Fonte: O Globo