Uma bela História escrita nos anos sessenta.
O senador e dirigente esportivo VIVALDO LIMA, consegue uma pequena verba federal e libera uma área alagada na “cidade das palhas”.
Era o sonho que faltava para integrar o futebol do Amazonas, ao Brasil e ao mundo.
O projeto, a pedido do Governador DANILO DE MATOS AREOSA foi feito pelo arquiteto MÁRIO PORTO. Obra premiada nacionalmente.
Àquela época, um dos mais modernos do Brasil.
A iluminação foi montada em quatro torres. Projetada pela SIEMENS DO BRASIL, a mais moderna no Continente Sul Americano.
Entretanto, começou a faltar fôlego e o dinheiro, simplesmente, acabou.
Foi criada a LOTERIA DO ESTADO DO AMAZONAS, que além de tornar milionário o vencedor, parte da arrecadação foi destinada à obra do Estádio. Mesmo assim, ainda era insuficiente.
Para tentar solucionar a questão, foi formalizada a parceria com fabricantes de bebidas: determinado valor de cada tampa (pincha), de bebida vendida foi destinado à obra do estádio.
Finalmente, em 30 de janeiro de 1969, com a presença de autoridades e, mais ou menos, mil pessoas presentes, sob o toque do Hino Nacional, foi feito o hasteamento da Bandeira Brasileira pelo Governador Danilo de Matos Areosa, para inaugurar o que seria o tão esperado estádio, com apenas o gramado e o fosso que separaria o que seria, a posteriori, a arquibancada do campo de jogo.
Lágrimas nas faces de muitos presentes. A realização de um sonho: o “plantio” da semente do maior Estádio de Futebol do Hemisfério Norte da América do Sul.
Naquele dia, havia apenas o gramado de ótima qualidade e para o evento, um torneio infanto-juvenil com clubes da FAF. A bola rolava e o governador discursava emocionado, afinal era o aniversário de seu segundo ano de governo, quando gritos vieram do gramado: GOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLL!!!!!!!
A equipe do São Raimundo marcou o primeiro gol do ESTÁDIO VIVALDO LIMA, através do jogador “Caroço” e foi também, o primeiro Campeão do COLOSSO DO NORTE há 53 anos.
Passado este evento a movimentação para a finalização da construção foi intensa. Finalmente, em 1970, com a presença da Seleção Brasileira (a Seleção do Tri), foi inaugurado uma parte do VIVALDÃO.
A Seleção era maltratada por onde passava. Porém, a presença do “Esquadrão Canarinho” no Amazonas foi motivo de júbilo, pois recebíamos a equipe oficial do Brasil e realizávamos mais uma parte do sonho: inauguração do lado leste da arquibancada (lado do D. Pedro).
Pelo lado da Constantino Nery um tapume, que foi derrubado pela população empolgada. Pilastras de um lado da cobertura e poucas cabines de rádio, acima da entrada das autoridades e vestiários.
O governo distribuiu milhares de chapéus de palha ao público, que assistiu: BRASIL A e B contra AMAZONAS A B. Os dois jogos foram 4 X 1, para a Seleção Brasileira, que seguiu para o MÉXICO e se tornou a melhor Seleção de todos os tempos.
MUITOS E MUITOS ANOS passaram até que o governador AMAZONINO ARMANDO MENDES concluiu a obra do arquiteto MARIO PORTO, com o jogo BRASIL E EQUADOR, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Em 2014, MANAUS foi escolhida como Sede da Copa do Mundo. Através do Governador EDUARDO BRAGA, o Vivaldão “toma” uma injeção de rejuvenescimento e por meio de moderna tecnologia é transformado em ARENA DA AMAZÔNIA VIVALDO LIMA, que foi inaugurada com um jogo interestadual entre AMAZONAS E PARÁ: NACIONAL X PAISSANDU (eternos rivais no futebol).
A honra do primeiro gol no novo Estádio coube ao time paraense.
Lamentavelmente, na trituração dos restos mortais do TARTARUGÃO, parte da nossa História e Memória foram triturados junto.
Foram esquecidos: o suor e o amor de muitos caboclos, que mantiveram a chama viva de nosso Estado através da prática esportiva.
Quem sabe do passado, não repete erros no futuro.
Quem conhece o passado, sabe o porquê do hoje e pode imaginar o futuro.
Por hoje é só! Semana que vem tem mais! Fuuuiiiiii!
Fotos: Arquivo Pessoal
Edição de Imagens: Yêda Couto