Como parte da divulgação da festa da padroeira de Parintins, que acontece de 6 a 16 de julho, a imagem peregrina esteve no galpão do Caprichoso
Parintins (AM) – Antes de entrarem nos galpões de alegorias para desenvolverem suas atividades com muita maestria, o artesão Caprichoso pede as bênçãos de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins. Depois de mais de dois anos com as atividades paralisadas, o trabalhador da arte e a imagem da virgem do Carmelo se encontraram de forma emocionante.
Em visita aos galpões, a imagem peregrina percorreu corredores, foi conduzida entre módulos alegóricos e recebeu a homenagem dos artistas da fé. O artista Paulo Pimentel abraçou um dos integrantes de sua equipe que sofre de depressão e no altar improvisado fizeram orações, louvores e num momento de muita unidade a demonstração de solidariedade ao artesão. Paulo Pimentel pediu intercessão aos jovens que sofreram com crises de ansiedade e depressão, ocasionadas pela pandemia. “Um dos membros de nossa equipe passa por esse processo. Ele se sente rejeitado pela família e é um dos processos da depressão. Ele já tentou contra a própria vida e nós trouxemos ele pro barracão, tanto por oportunidade como também colocar Maria como mãe dele e eu tive a oportunidade de apresentar ele a Nossa Mãe”, contou.
O escultor Nildo Costa diz que Nossa Senhora é a proteção do artista. Ele lembrou de outros artistas e várias pessoas que perderam a vida para a covid-19. “É um momento de muita emoção pra gente que é devoto de Nossa Senhora do Carmo”, assegurou.
O vice-presidente, Karu Carvalho, não escondeu a emoção ao receber a imagem peregrina de Nossa Senhora do Carmo. Ele lembra que há dois anos a imagem não visitava o escritório de arte do trabalhador Caprichoso. “Estamos aqui para agradecer e eu sou muito devoto de Nossa Senhora, pois é ela que me mantém fazendo arte e levando informações de cultura para as pessoas”, revelou.
O presidente do Conselho de Arte, Ericky Nakanome, era uma das pessoas mais emocionadas durante a peregrinação da padroeira. Com os olhos marejados, ele acolheu a Mãe de Parintins e viu na visita Deus mostrando a esperança num momento delicado para todos. “Nesse momento todos nós relembramos a partida de alguém”, disse Nakanome que não conseguiu concluir a entrevista em meio às lágrimas, pois recentemente perdeu o avô para a Covid-19.
Durante as homenagens a santa, os artistas lembraram também de Juarez Lima que prepara em Manaus uma homenagem a Nossa Senhora para a procissão fluvial prevista para o dia 14 de julho.
Fotos: Arleison Cruz