Gaitano Antonaccio
Ciência e tecnologia, tanto quanto capital e trabalho ou o binômio ciência e religião, têm sido motivos para discussões seculares entre sábios e leigos, e a cada minuto de transformação sofrida pela humanidade, da mesma forma todos eles mudam, sem que haja uma certeza da verdade entre os mesmos. E a pandemia surgida com o Corona Vírus, ou o Covid 19, que atinge a humanidade agora em pleno século 21, quando tanto a Ciência quanto a Tecnologia alcançaram progressos assombrosos e capazes de fazer com que muitos cientistas se arvorassem de deuses, vem provando a cada dia a insignificância do homem diante do poder de Deus.
Ao apreciar a evolução dos tempos, ao perceber que o mundo se transforma a cada dia na mesma velocidade em que as nuvens se deslocam no espaço, como na canção do pop star brasileiro Lulu Santos, quando diz: tudo o que se viu não é, igual ao que se viu a um instante, tudo passa e tudo sempre passará. Temos sim, uma certeza incontestável de que as discussões em busca da verdade ainda estão muito longe de terminar.
Tudo vira ciência diante dos estudos e das pesquisas e todos os inventos do homem se transformam incessantemente em novos modelos tecnológicos, deixando desatualizados os mais diversos equipamentos de um dia para o outro sem que o homem se dê conta de que, não é a tecnologia que necessita de mudanças tão rápidas e desastrosas para a economia mundial. Em verdade, o que precisa ser repensado, estudado e pesquisado todos os instantes da vida moderna, são os desafios da Ciência. Uma Ciência que posta à prova com a Covid 19 comprovou o quanto o homem ainda precisa aprender para se imaginar realmente um Deus. Os cientistas assistem apáticos, atordoados, amedrontados, a humanidade ser dizimada de forma perversa e se desesperam por não encontrarem respostas para um vírus que invade o corpo humano, destrói os principais órgãos vitais, não se identifica, não avisa de onde vem ou para onde vai, e deixa a humanidade toda a mercê da morte infalível.
Os governantes de todos os países ricos e emergentes, e até mesmo os em desenvolvimento, precisam dar maiores atenções às pesquisas cientificas, porque a cada instante da vida morrem milhões de seres humanos pela incompetência cientifica do homem, diante da potência das doenças inventadas por esse mesmo homem, que sem perceber um Poder Supremo acima de sua capacidade criadora, despreza a participação divina. E ao ter a infeliz ideia de que ocupou o lugar de Deus no comando da vida, sofre diuturnamente as derrotas, perdendo o dom supremo que esse mesmo Deus nos dá – a vida. Ou será que a vida é-nos dada pelo homem?
Sem duvida, ao contemplar as invenções do homem no decorrer dos últimos anos, ao testemunhar o avanço tecnológico no primeiro decênio do século 21, muitas vezes o próprio homem permanece estarrecido, porque é muito rápido o processo inovador da tecnologia. Tão veloz, que muitas vezes, quando o usuário começa a entender o invento, novo modelo passa a ser fabricado, confundindo sem dúvida aqueles que não se dão conta da inovação
Maravilhado, o homem não pára a sua corrida em busca de novas invenções, certo de que o mundo econômico agradece e quanto mais tecnologia, mais demanda, mais consumo e maior êxtase diante do olhar perplexo dos que fazem uso das novas invenções.
Entretanto, sob o olhar perplexo do homem sofrido e impotente diante da morte que ele não sabe como enfrentar, vencido pelas mais simples moléstias surgidas contra o ser humano indefeso e sem proteção, fica comprovada a impotência da Ciência diante de Deus, e o quanto a tecnologia avançou deixando para trás as pesquisas científicas.
Se a Ciência tivesse acompanhado pelo menos de forma aproximada, a tecnologia, certamente o câncer não estaria matando com tanta intensidade, o HIV já teria se submetido a uma derrota na sua marcha destruidora de tantas vidas; a dengue, hepatite, tuberculose, malária, febre amarela e outras doenças do século 19 já teriam desaparecido da face da Terra. E para destruir ainda mais essa imagem derrotada da Ciência, surgiu o Corona Vírus impiedoso. Eis porque está mais do que na hora de se repensar o encaminhamento que vem sendo dado pelas grandes nações à pesquisa científica. Não é possível continuar na busca incessante do resultado positivo apenas das economias mundiais, sem se encontrar verbas suficientes para incrementar a Ciência mundial. Que a tecnologia não continue a submeter a Ciência em eficiência.
Faz-se necessário um acordo internacional, onde as grandes potências, ao invés de se reunirem para discutir sobre armas nucleares, sobre bloqueios e embargos contra países governados por ditadores, passassem a programar um grande pacto científico em busca de cura, vacinas, ou quaisquer estratégicas para debelar doenças que surgem e matam seres humanos como se fossem moscas indefesas e sem as mínimas condições de salvação.
Se a tecnologia ficasse estagnada nesse momento em que uma pandemia ameaça a humanidade e exige mais Ciência, e deixasse essa Ciência avançar 50 anos, ainda assim, a tecnologia estaria à frente da Ciência. E essa corrida trágica precisa se transformar em paz, saúde e vitória, para trazer esperança e felicidade para todos.
Conselheiro da Fundação Panamazônia, membro das Academias: de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – de Ciências e Letras Jurídicas do Amazonas; Brasileira de ciências Contábeis, de Letras do Brasil, de Letras e Culturas da Amazônia – ALCAMA; correspondente da Academia de Letras do Rio de Janeiro, idem do Instituto Geográfico e Histórico do Espírito Santo e outras