O glaucoma é uma doença crônica e silenciosa caracterizada pela lesão progressiva do nervo óptico, resultando clinicamente numa redução da amplitude do campo da visão, que não diagnosticada precocemente e não tratada de maneira adequada, pode levar à cegueira.
A frente do olho é preenchida com um líquido chamado humor aquoso. Este líquido é produzido e eliminado de forma equilibrada, a fim de manter a pressão intraocular estável. Quando esse equilíbrio é quebrado (geralmente, por uma dificuldade na remoção do líquido), aumenta a pressão dentro do olho, que, se mantida por um certo tempo, pode danificar o nervo óptico chamado de glaucoma.
O oftalmologista do Sistema Hapvida, Antônio Jordão, explica que existem dois subgrupos principais de glaucoma (de ângulo aberto e de ângulo fechado) e quais as gravidades de cada um deles. “O glaucoma é dividido em dois tipos diferentes: glaucoma agudo (ângulo fechado) e glaucoma crônico simples (ângulo aberto), essa separação entre os dois é importante porque os sintomas de ambos são completamente diferentes. O glaucoma agudo se manifesta de uma maneira abrupta e súbita, provocando uma dor lancinante e grande nos olhos, sendo impossível o paciente não reclamar de bastante dor e procurar ajuda médica. Já o glaucoma crônico simples seria o que chamamos de doença insidiosa (traiçoeira), ela praticamente não dá sintoma nenhum, não sinalizando dor ou desconforto, apenas uma pressão ocular levemente aumentada, no entanto o paciente vai perdendo progressivamente a visão periférica. Ou seja, a visão central continua, mas aquela visão lateral (de canto de olho), ela vai sendo perdida aos poucos”, conclui.
Ainda de acordo com o médico, é preciso estar atento aos sinais da doença e realizar os exames de rotina com mais frequência. “O paciente só vai se dando conta de que sua visão anda mal, após começar a esbarrar com frequência em beiradas de mesa, de portas, porque ele perde essa visão lateral. Daí a importância da prevenção, pois toda perda de glaucoma é uma perda irreversível, que não tem volta, ao contrário de uma catarata, por exemplo. A prevenção do glaucoma deve ser feita através das consultas oftalmológicas de rotina, onde será identificada a pressão dos olhos do paciente. Então, como o glaucoma é uma doença que na maioria das vezes não dá sintomas, e quando descoberta espontaneamente ela já esteja em um estágio avançado, é importantíssimo que ao menos uma vez no ano a pessoa faça uma consulta com seu oftalmologista para saber como anda a pressão dos seus olhos”, relata.
Como já informado, o glaucoma é considerado uma doença “silenciosa”, que provoca a perda progressiva da visão, levando à cegueira se não tratada precocemente. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma afetou pelo menos 80 milhões de pessoas em 2020 e deve afetar em todo o mundo cerca de 111,5 milhões em 2040. Para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce desta doença, o dia 26 de maio foi instituído como Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
Como o glaucoma pode ser hereditário, é recomendável que todos os adultos de uma família – inclusive primos e tios – façam um exame oftalmológico periódico. Embora não se possa curar, na maioria dos casos, o glaucoma pode ser controlado satisfatoriamente mediante tratamento apropriado.