Cardiologista do sistema Hapvida explica como ocorre o tratamento médico após o diagnóstico da doença
A hipertensão arterial – ou pressão alta – é um problema bastante comum, que atinge mais de 38,1 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, número que equivale a 23,9% da população dessa faixa etária, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019. Os dados também revelam que a incidência aumenta conforme a idade, chegando a 62% na população acima de 75 anos.
Cerca de 350 mil pessoas morrem anualmente no país em decorrência de doenças cardiovasculares, e a maioria tem como uma das causas a hipertensão arterial, que precipita 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e também aumenta a ocorrência de infartos, aneurismas arteriais e até insuficiência renal, além da relação com a disfunção erétil.
O último dia 17 de maio foi lembrado como o Dia Mundial da Hipertensão Arterial, data escolhida para promover a conscientização a respeito da doença.
De acordo com o cardiologista do sistema Hapvida, Railton de Oliveira Cordeiro, é preciso estar atento aos sintomas iniciais da doença. “Geralmente o paciente procura atendimento médico apresentando queixa de dor de cabeça, tontura, e muitas vezes náuseas e vista embaçada. Desta forma, o cardiologista busca saber se o paciente tem histórico familiar da doença, se ele é sedentário, está acima do peso, se é fumante ou faz uso de bebidas alcoólicas. Desta forma, é solicitado então alguns exames ao paciente e acompanhamento diário aferindo duas vezes ao dia a pressão do paciente, feito durante 10 dias”.
O médico ainda destaca para o início do tratamento posterior, após a confirmação da hipertensão nos pacientes. “Confirmada a hipertensão através do diagnóstico, o cardiologista prescreve os hipotensores (medicamento utilizado para reduzir a tensão ou pressão arterial), que caibam na média pressórica do seu paciente. Ao mesmo tempo, recomenda-se uma mudança brusca no estilo de vida, ou seja: não somente a prática de exercício físico regular, como também na alimentação. Deixar de lado o sal e evitar a bebida alcoólica, considerado os dois inimigos da hipertensão. E se estiver acima do peso, procurar emagrecer com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, como um endocrinologista e nutricionista”, lembra.
Hipertensos e a covid-19
Especialistas alertam que pessoas hipertensas, ou seja, com a pressão arterial descontrolada, estão entre o grupo com mais chance de manifestar complicações com a COVID-19, assim como outros desequilíbrios também predispõem a um quadro mais severo da infecção pelo coronavírus, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares pré-existentes. Diante disso, os hipertensos estão dentre os grupos com comorbidades para receber a vacina contra o coronavírus.
O mais relevante de tudo, se a pessoa tem pressão alta e faz uso de medicação, é não deixar de tomar os medicamentos para controlar a pressão arterial, mesmo que fique infectada com o novo coronavírus. É imperioso consultar o médico ou serviço de saúde para esclarecer as dúvidas antes de qualquer mudança. Todas essas ações ajudam a manter a pressão controlada.
Assim, as pessoas devem ficar atentas a sinais de alarme para estas doenças, como dor forte no peito, falta de ar intensa, perda de movimentos ou dificuldade para falar, que podem significar complicações graves da hipertensão arterial. Nesta situação, o paciente deve procurar um serviço de emergência para ser tratado.