No último dia 26 de março, o Tropical Hotel Manaus estaria completando 45 anos de fundação. Certamente, seria um dia de festas como muitas que aconteceram no espaço mais icônico do turismo de Manaus. Dizem alguns que o Tropical já esteve no patamar do Teatro Amazonas e até do Encontro das Águas.
Pode ser exagero, mas não há como negar a importância deste empreendimento construído pela Varig com a finalidade principal de apenas abrigar suas tripulações em trânsito para os Estados Unidos e Europa. Mas, com dinheiro de sobra e boa dose de megalomania, a extinta empresa aérea caprichou mais do que devia.
Até hoje, mesmo no abandono e com suas instalações comidas pela umidade e o tempo, o Tropical guarda sinais da dedicação com que foi construído. Seu sistema de refrigeração é único. E mesmo antigo ainda funciona bem se for cuidado com carinho.
Seus corredores são assimétricos e de fácil locomoção. E seus quartos são incomparáveis em tamanho e conforto. Qualquer visitante, por mais viajado que seja, fica impressionado com o gigantismo distribuído por 611 apartamentos de alta qualidade.
Agora, nas mãos da Fametro, respira ares de recuperação. As obras de reforma estão andando e já se fala em reinauguração em 2022. Alguns profissionais começam a ser procurados para tocar esse empreendimento de forma que volte ao glamour dos velhos tempos.
Recuperar fisicamente o hotel é a parte mais fácil, desde que se tenha dinheiro. Complicado será manter esse gigante em funcionamento neste período de pós-pandemia, quando muitos estarão receosos de sair de seus destinos e dar de cara com uma quarta, quinta ou sexta onda de Covid-19.
É aí que deve entrar o poder público. O Tropical sempre foi referência do turismo amazonense. O ex-gerente geral, Antônio Maglione, uma das vítimas fatais da pandemia, costumava dizer que a hotelaria de Manaus se beneficiava dos eventos que ocorria com frequência no espaço do hotel.
Quando havia um grande evento/show, o Tropical lotava. Os hospedes excedentes se distribuíam pelos demais hotéis de Manaus que acabavam também com grande ocupação.
O trabalho da parceria empresa/estado será trazer esses hospedes de volta, reativando o Tropical Hotel e destinando para este espaço eventos de grande porte, mesmo que estes aconteçam no Centro de Convenções Vasco Vasques.
O Tropical Hotel Manaus é um dos principais atrativos turísticos do Amazonas. Cabe aos amazonenses, agora, cuidar para ele se desenvolva forte e em condições de gerar emprego e renda para o setor do turismo.
Paulo Roberto Pereira chegou a Manaus em 1996, vindo do Rio de Janeiro, e logo ingressou nos setores de turismo e esportes, Trazia na bagagem a cobertura presencial de quatro Copas do Mundo, mas foi através da extinta Emantur que se apaixonou pelo turismo e se tornou presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, onde está até hoje. Seu trabalho no esporte, ainda no Rio, o levou a dezenas de destinos por todo o Mundo. Conhece todas as capitais da América do Sul, do Brasil e várias cidades da Europa e Estados Unidos. Para ele, viajar é mais que diversão. É a melhor forma de adquirir cultura e conhecimento.,