Economistas amazonenses dizem que política de Guedes é catastrófica e que seu dogma vai de contra a qualquer politica pública que incentive a atividade econômica.
Foi anunciado nesta quarta-feira (3) que o Brasil saiu da lista das 10 maiores economias do mundo, despencando para a 12ª posição.
Para um leigo ou para um cidadão comum essa notícia pode ser mais um dado “falado pela língua do economês”, ou seja, algo fora do compreendido.
Mas, não é! Entenda o que aconteceu.
O PIB é um dos fatores importantes para esse ranking mundial. Para chegar a um resultado que determina se houve crescimento do PIB são levadas inúmeras variáveis, entre as mais importantes estão a política e a economia vigente no ano avaliado.
– O PIB é o resultado de quanto uma nação produz e o quanto é investido nela para que continue crescendo economicamente.
Os levantamentos confirmaram que em 2020 o Brasil caiu 4,1%. Considerado o maior percentual desde 1996, o início da série histórica.
O Brasil saiu do ranking das maiores economias do mundo da pior forma possível. Especialistas consideram que o país despencou da 9ª para a 12ª posição, dados divulgados pela agência de classificação de risco Austin Rating.
E a situação ainda pode piorar, veja.
Só em abril que os dados oficiais serão divulgados. Isso porque muitos países ainda não enviaram as informações referentes aos seus PIBs/2020. Somente após a divulgação dos resultados consolidados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) é que saberemos a real condição do Brasil. Para a maioria dos especialistas o cenário não muda, mas para outros, o país pode descer um pouco mais.
O vilão da história
Apesar de ter piorado a situação, a pandemia da Covid-19 não é a vilã. Segundo estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), no fim de 2020, mesmo sem a crise causada pela pandemia, os últimos 10 anos já estavam fadados a terem os piores desempenhos econômicos em 120 anos.
Revendo um pouco dessa década.
- 2010 e 2019, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, cresceu a um ritmo de 1,39% ao ano;
- Entre os anos de 2011 e 2020 o crescimento foi praticamente nulo;
- A dívida pública passou de 50% do PIB em 2013 para 75% em 2018
- Em 2014 o Brasil arrecadou menos e gastou mais e voltou a sofrer com o chamado déficit primário.
- Entre 2015 e 2016 o Brasil caiu para o 8º lugar;
- Entre 2017 até 2019 caiu para a penúltima posição das 10 maiores economias.
Com esses índices caindo desde 2010, somados a crise do novo coronavírus, mais as incertezas fiscais sobre teto dos gastos (que não foram discutidas e nem votadas), programa social pós Auxílio Emergencial (causando incerteza maior na economia circulante), reformas inconsistentes (que só interessam aos políticos) e ao aumento do dólar são resultados e os reflexos dos problemas brasileiros. Esse somatório que causa a incerteza no crescimento econômico, retrai os investimentos estrangeiros no país e reduzem as variantes que calculam o resultado do PIB levando o país quase a bancarrotas e retirando ele da lista das melhores economias mundiais.
E o que se reserva de tudo isso para o Amazonas?
Para o economista Edson Fernandes, houve a implantação de uma política econômica errada por parte do governo federal. Apesar dos princípios neoliberais do Ministro da Economia (que parece não ser bem entendido pelo presidente, mas aceito) o resultado foi catastrófico e o reflexo que sentiremos no Polo Industrial e na Zona Franca não serão amenizados.
O último reflexos catastrófico direto aconteceu em 17 de fevereiro, quando o presidente Bolsonaro reduziu de 35% para 20% a alíquota do Imposto de Importação de bicicletas, o que prejudica diretamente o Polo Industrial de Manaus. Segundo Edson: “São exatos 6 anos de uma Política Econômica neoliberal, em que o Estado é demonizado, e vem sendo reduzido e atuando descoordenado”.
Para o economista Erivaldo Lopes, o que segurou um pouco mais o PIB do Brasil foi o setor da agricultura, que se teve um crescimento decorrente das exportações (provocadas pelo aumento do dólar) e do consumo das famílias brasileiras que, por sua vez, ativaram a economia circulante com o Auxilio Emergencial.
Agora é esperar os próximos meses para podermos avaliar mais friamente os impactos dessa saída do Brasil do ranking das 10 maiores nações econômicas.
Segundo levantamento da Austin Rating, país pode cair para a 14ª posição em 2021.