Uma pesquisa de cooperação internacional pretende avaliar a eficácia das vacinas utilizadas na imunização da população manauara contra o novo coronavírus, o Sars-Cov-2. Para tanto, serão utilizados os sistemas de informação da Prefeitura de Manaus, utilizados para registro e acompanhamento de dados sobre a Covid-19.
– Manaus chamou a atenção de pesquisadores nacionais e internacionais, por causa das duas crises de contágio e um possível desenvolvimento de uma mutação do vírus.
Este é o primeiro estudo no Brasil com este objetivo e será apoiado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa Manaus), junto com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), sendo realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).
O estudo vai comparar os 67 mil trabalhadores da saúde que atuam em Manaus, vacinados e não vacinados, para verificar, ao longo de dois anos, o quanto a vacina CoronaVac tem efetividade sobre o novo coronavírus e sobre a nova variante (P1), descoberta recentemente no Amazonas por pesquisadores da Fiocruz.
– Manaus acaba oferecendo o melhor grupo de estudo: atualmente a capital tem a maior porcentagem de vacinação. Ainda assim, ainda estamos chegando aos 5% de imunizados com a primeira dose.
O estudo deve ajudar organismos de assistência e pesquisa nacionais e estrangeiros a responder qual o impacto da vacina no que diz respeito à proteção das pessoas. Os trabalhos tiveram início no último dia 10 e devem gerar um resultado parcial até o final deste mês.
– Dez sistemas de informação estão sendo usados para a pesquisa, três deles desenvolvidos pela Semsa, um da FVS-AM e seis do Ministério da Saúde, que funcionam de modo integrado.
Com dados completos, os pesquisadores poderão verificar se os vacinados adoeceram de Covid, se tiveram menos sintomas que os não vacinados, se houve redução de internações, e outras informações importantes.
– Ao todo 67 mil trabalhadores de saúde estão cadastrados no banco de dados. Apesar de uma baixa procura no início da vacinação, hoje temos 57 mil imunizados com a primeira dose. Apenas 6,7 mil já receberam a segunda.
Os pesquisadores, juntamente com a Opas, devem realizar uma segunda pesquisa do tipo, para avaliar os idosos de 70 anos ou mais, que também fazem parte do grupo prioritário da primeira fase da campanha de imunização contra a Covid-19.