As fronteiras da Nova Zelândia deverão permanecer fechadas durante grande parte do ano, para medir o impacto, em nível mundial, das campanhas de vacinação contra a covid-19, anunciou hoje (26) a primeira-ministra, Jacinda Ardern.
Ela explicou que a identificação, no fim de semana, de um primeiro caso de contágio em mais de dois meses mostra o risco que representa ainda o novo coronavírus para o arquipélago até aqui bem-sucedido no controle da doença.
“Dados os riscos no mundo e a incerteza quanto às campanhas de vacinação internacionais, podemos esperar que as nossas fronteiras sejam afetadas durante grande parte do ano”, disse, em entrevista à imprensa.
Desde março, as fronteiras neozelandesas estão fechadas aos estrangeiros. Apenas os neozelandeses podem entrar no território.
Com 5 milhões de habitantes, o país contabilizou, desde o início da pandemia, menos de 2 mil casos e 25 mortes causadas pela covid-19.
Por outro lado, Ardern indicou que a Nova Zelândia ia continuar a autorizar as entradas de estrangeiros que chegam de “bolhas de viagem” com a Austrália e nações do Pacífico, onde o novo coronavírus está sob controle.
No entanto, a primeira-ministra lamentou a decisão de Camberra, de suspender “a bolha”, que permitia isenção de quarentena para os habitantes dos dois países, na sequência do registro de um caso de contágio local.
Trata-se de uma neozelandesa, recentemente chegada da Europa, que obteve teste positivo para a covid-19, dez dias depois de ter terminado a quarentena de duas semanas em um hotel.
Sobre esse caso, Jacinda Ardern afirmou que a situação está “bem controlada” e lamentou a medida de Camberra. Com uma “bolha de viagem”, as pessoas devem ter a garantia de que as fronteiras não serão fechadas em curto prazo por casos que pensamos poder resolver bem em nível nacional”, acrescentou.
O ministro da Saúde neozelandês, Chris Hipkins, disse que os 15 contatos próximos da mulher infectada não são portadores do vírus, identificado como a variante sul-africana.
Para saber como a transmissão ocorreu, durante a quarentena de 14 dias, dados iniciais apontaram para o sistema de ar condicionado do hotel.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortes, resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus, detectado no fin de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Fonte: RTP