Alunos do Cetam têm ensino remoto durante a pandemia

Iniciativa garante o aprendizado, estimulando os alunos a não desistirem do curso; muitos conseguirão se formar nos próximos meses

A formação técnica e profissionalizante sempre foi prioridade para o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). E, nesse momento de pandemia de Covid-19, em que não é possível realizar aulas presenciais, torna-se ainda maior a preocupação da instituição e do Governo do Estado com o possível desestímulo de alunos e, consequentemente, desistências.

Para evitar a evasão e garantir a continuidade do aprendizado, o Cetam iniciou o ensino remoto emergencial no último dia 18 de janeiro. Oito turmas de cursos técnicos na área de saúde da Escola Enfermeira Sanitarista Francisca Saavedra, unidade do Cetam na capital, passaram a ter acesso aos conteúdos de forma on-line.

A iniciativa está beneficiando, aproximadamente, 180 alunos finalistas dos cursos técnicos de Enfermagem, Enfermagem Indígena, Segurança do Trabalho, Radiologia, Saúde Bucal e uma turma de especialização em Técnicas de Prevenção e Controle de Emergências do curso Segurança do Trabalho.

De acordo com o diretor-presidente do Cetam, Prof. Dr. José Augusto de Melo Neto, o ensino remoto é uma política implantada para atender, nesse contexto emergencial, a formação de estudantes e dar sequência à oferta de cursos. “Precisamos continuar fornecendo para a sociedade os profissionais que ela precisa”, ressaltou o professor.

No decorrer de 2021, a direção do Cetam estenderá as ações de ensino remoto para toda a educação profissional no Estado do Amazonas, atingindo outros cursos na capital e interior. No momento, as atividades futuras encontram-se em fase de planejamento.

A diretora do Cetam EaD, professora Lucimar Jacinto, informa que um calendário escolar está sendo elaborado, buscando cumprir o objetivo de aprendizagem de cada curso, redirecionando as aulas presenciais para o ensino remoto. “Estamos revisando os processos de avaliação para esse contexto, a fim de atender a formação dos alunos, a conclusão dos cursos e a certificação.”

BOX 1: Redução de perdas na aprendizagem

Aulas realizadas de forma remota nada mais são do que atividades de ensino mediadas pela tecnologia. Elas são orientadas pelos princípios da educação presencial. No contexto do coronavírus, devido às medidas de isolamento social, torna-se impossível a realização de encontros presenciais envolvendo professores e alunos. Sendo assim, o ensino remoto é utilizado para reduzir perdas no processo de aprendizagem.

O diretor da Escola Francisca Saavedra, professor Salatiel Gomes, destaca que o ensino remoto é dinâmico e não perde em qualidade para as aulas presenciais. Para isso, os instrutores do Cetam passaram por uma formação básica, na qual aprenderam a usar algumas ferramentas para poderem repassar os conteúdos de forma on-line, principalmente o Google Meet e o Google Classroom.

“Entendemos que a implantação das atividades remotas é de extrema importância para os alunos poderem finalizar seus cursos”, informa Salatiel, acrescentando que o Cetam está cumprindo seu papel social a partir do momento que se dispõe a motivar alunos e fazer com que permaneçam estudando.

A enfermeira Steffany Prado é instrutora do Cetam na disciplina “Pacientes críticos”. Ela diz que o trabalho remoto está sendo um desafio e, ao mesmo tempo, recompensador. “Hoje tivemos 100% de frequência na turma da manhã, com 24 alunos. Na turma da tarde, contamos com 20 presentes, e somente dois faltaram”, comemora ela, que é especialista em Urgência e Emergência, Docência do Ensino Superior e em Saúde Pública.

Steffany conta que todos os dias envia mensagens motivacionais aos alunos para que não desistam. “O Cetam está dando uma oportunidade única a eles, enquanto várias outras instituições paralisaram as aulas. Daqui a pouco, nossos alunos estarão na linha de frente, ajudando as pessoas que hoje precisam mais do que nunca desses profissionais.”

BOX 2: Alunos comemoram a iniciativa do Cetam

Wanderson Ian Oliveira dos Santos, 27, faz o curso técnico em Enfermagem na Escola Francisca Saavedra e diz estar feliz com a possibilidade de se formar até março deste ano. “A instituição tem nos ajudado muito com as ferramentas virtuais. Todas as manhãs acesso o sistema pelo computador ou pelo celular. E os professores também têm se dedicado muito. Além das aulas virtuais, eles nos enviam slides e PDFs por e-mail, complementando o conteúdo.”

Wanderson está otimista com a possibilidade de conseguir uma vaga de trabalho e já estuda algumas propostas de emprego. “Hoje, mais do que nunca, o mercado está precisando de profissionais na nossa área”, conta o aluno.

Finalista do curso de Radiologia, Luana Alves Pinheiro, 30, compartilha da opinião de Wanderson. Natural do município de Borba, distante 150 quilômetros de Manaus, ela não vê a hora de adquirir o diploma e voltar para a sua cidade, onde é funcionária pública concursada.

“Vim transferida para Manaus há três anos e trabalho no setor administrativo da Representação de Borba. Sou formada em Turismo, mas me encontrei na Radiologia.”

Luana já aguarda para aderir à antecipação da conclusão de curso possibilitada pelo Cetam. “Meu município é muito carente de técnicos em radiologia. Os profissionais dessa área vão de Manaus para lá, dão plantão e retornam à capital”, diz a aluna, que faz questão de elogiar o Cetam no quesito Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Segundo ela, os laboratórios da Escola Saavedra preparam o aluno para a realidade do trabalho de radiologia. Apesar de a escola não contar com radiação, dispõe de EPIs como óculos e aventais plumbíferos que protegem contra a exposição ionizante. “Também temos protetor de tireoide, luvas e dosímetro, dispositivo que mede a exposição do indivíduo à radiação.”