A Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, encerrou na manhã desta sexta-feira, 30/10, o “1º Curso de Aperfeiçoamento para Enfermeiros Obstetras” da unidade. O aperfeiçoamento é mais um passo dado pela maternidade para a implementação do modelo de assistência ao parto e nascimento preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O curso aconteceu em parceria com a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras do Amazonas (Abenfo-AM), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e teve o objetivo de reforçar as práticas baseadas em evidências científicas no cuidado obstétrico e neonatal, fortalecendo a iniciativa para a mudança do modelo assistencial por meio da inserção de enfermeiros obstetras.
O aperfeiçoamento foi o primeiro realizado pela iniciativa local para enfermeiros obstetras no Amazonas. “Apesar da complexidade do momento e de ser uma ação inovadora, realizamos as parcerias e articulações necessárias para que o projeto fosse executado”, esclareceu a diretora da MMT, enfermeira obstetra Núbia Pereira da Cruz.
De acordo com a diretora, essa é a última etapa de um processo iniciado em 2018, quando enfermeiros obstetras da maternidade participaram de um curso de aprimoramento nas maternidades Alzira Reis, em Niterói, e Carmela Dutra, no Rio de Janeiro, pelo Projeto Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On), do Ministério da Saúde.
“É importante destacar que a presença do enfermeiro obstetra no cenário de parto de risco habitual, ou seja, de baixo risco, não exclui a figura do médico da assistência. Essa presença vem, na verdade, complementar o cuidado nessas situações, e, ao mesmo tempo, otimizar a assistência nos outros casos de maior complexidade, em que a assistência especializada do médico obstetra se faz imprescindível”, explicou Núbia Cruz.
Enfermagem obstétrica
Segundo o Portal de Boas Práticas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a atuação da enfermagem obstétrica tem sido fundamental para qualificação do cuidado, pois está associada à redução de intervenções desnecessárias, incluindo a cesariana. Por isso, hoje, o potencial da enfermagem obstétrica para melhorar a qualidade do cuidado já é reconhecido pela OMS.
O enfermeiro obstetra Everton de Freitas Gomes, gerente de Enfermagem da Moura Tapajóz, destacou que a maternidade tem uma vantagem em relação a outras instituições, que é a existência do vínculo dos enfermeiros obstetras com a unidade. “90% dos profissionais que estão participando do curso são concursados, e esse vínculo garante que o trabalho que está sendo realizado agora siga evoluindo com o passar dos anos. É um legado de cuidado e qualificação que esta administração deixará para as futuras gerações”, explicou Everton Gomes.
Com carga horária de 186 horas/aula distribuídas em atividades autodirigidas, teóricas síncronas e presenciais, e práticas em serviço desenvolvidas ao longo de 30 dias, o aperfeiçoamento foi direcionado aos 12 enfermeiros obstetras da Maternidade Dr. Moura Tapajóz. O cronograma de atividades incluiu temas como “Manejo do períneo: reconhecimento e reconstrução de laceração de 1º e 2º grau”, “Segurança do paciente e checklist para o parto seguro”, “O papel do enfermeiro obstetra e implicações legais”, “Acolhimento e classificação de risco nos serviços de obstetrícia”, “Enfermagem nas urgências e emergências obstétricas”, “Métodos não farmacológicos para alívio da dor”, “Assistência ao recém-nascido”, “Alta segura” e “Avaliação da vitalidade fetal”, dentre outros assuntos.