Governador diz que Nova York revisará qualquer vacina contra covid-19

Governador diz que Nova York revisará qualquer vacina contra covid-19

O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse nessa quinta-feira (24) que o governo estadual vai conduzir suas próprias revisões de vacinas autorizadas pelo governo federal devido às preocupações com a possível politização do processo de aprovação.

Cuomo, um político democrata que tem criticado repetidas vezes o presidente Donald Trump e a condução de seu governo republicano na pandemia do novo coronavírus, disse a jornalistas que formaria um comitê de revisão para aconselhar o estado sobre a segurança da vacina.

“Francamente, eu não vou confiar na opinião do governo federal”, disse Cuomo. “O estado de Nova York fará sua própria revisão quando o governo federal terminar e disser que é seguro”.

Uma porta-voz da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, recusou-se a comentar as declarações do governador. Na quarta-feira (23), o comissário da FDA, Stephen Hahn, disse a um comitê do Senado que a agência só aprovará uma vacina se ela for segura e eficiente.

O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) também se recusou a comentar, dizendo que o assunto é do Departamento de Saúde dos EUA. O departamento não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

“A escolha dos estados, de revisar de maneira independente a segurança e eficácia de produtos, é um sinal problemático. Este país está em apuros se chegarmos ao ponto de não confiar na FDA ou no CDC”, disse o dr. Paul Offit, um especialista em doenças infecciosas na Universidade da Pensilvânia e no Hospital Infantil da Filadélfia, em comentário enviado à Reuters por e-mail.

Declarações recentes de Trump e de seu secretário de Saúde sobre a concessão de autorizações de vacinas para a covid-19, que estão atualmente em fases avançadas de testes, causaram preocupação entre especialistas da área sanitária, que querem saber se as decisões da FDA podem continuar independentes de questões políticas.

Fonte: Reuters