‘Se dizem apaixonadas pela Amazônia, mas excluem a ZFM’, diz Arthur Virgílio, em nova defesa ao modelo

Voz reconhecida em defesa da região amazônica e da Zona Franca de Manaus (ZFM), o prefeito Arthur Virgílio Neto voltou a fazer novo alerta da importância de uma profunda reforma ao modelo para se manter preservada a parte amazonense da maior floresta tropical do mundo. “As pessoas se dizem apaixonadas pela Amazônia e pela causa ambiental, mas excluem ZFM”, alertou.

 

Prestes a completar seu terceiro mandato, o segundo consecutivo, à frente da Prefeitura de Manaus, o diplomata de carreira destacou que quem mantém a floresta em pé é a Zona Franca, que atualmente está ameaçada. “Existe um preconceito estúpido. Sinto falta dessa compreensão de modo geral, mas ainda vejo muita alienação quanto à Amazônia e à Zona Franca. Enquanto indústrias de outros locais recebem incentivos, nosso povo sofre essa ameaça”, ressaltou.

 

Com 42 anos de vida pública, acumulando na carreira política os mandatos de deputado federal, senador e ministro, Arthur Virgílio é constantemente convidado ao debate para tratar de meio-ambiente e ZFM, sendo um dos políticos de projeção nacional e internacional mais atuantes do Estado nesses quesitos. “Falarei quantas vezes for preciso, a Amazônia vale mais em pé e a ZFM ajuda a manter isso”, afirmou.

 

Dentre as pautas adotadas por Arthur Virgílio na defesa da Floresta Amazônica está a preocupação com as exportações, que dentre sua análise, também está em risco. “Se continuarem as queimadas e as derrubadas indiscriminadas de árvores, teremos boicote de produtos Made in Brazil e isso mexerá com a balança de importações. Aqui, não é lugar para trabalharmos agronegócio, afinal, daria dinheiro durante uns 20 anos, mas num futuro próximo desertificaria a Amazônia e atingiríamos uma situação de crise”, comentou.

 

Para o prefeito de Manaus, é necessária uma reforma ampla, que avalie a realidade de cada município do território brasileiro. “Aqui sofremos com um serviço de telefonia e internet péssimo. Precisamos de uma revolução portuária, precisamos de revolução intelectual, precisamos preparar nossa mão de obra, transformar nossos rios em hidrovia, principalmente o rio Madeira, que tem maior facilidade de escoamento do Brasil, uma mudança verdadeiramente sustentável”, disse.

 

Arthur lembrou ainda que a Amazônia é importante para todo o ecossistema da América do Sul, garantindo chuvas em São Paulo, Nordeste, Argentina, Uruguai, entre outros locais do continente. “Eu sempre tratei a Amazônia, mesmo enquanto deputado, como uma questão de relevância nacional e mundial, e sempre percebi uma alienação vinda de colegas deputados, senadores, governadores e prefeitos. Necessitamos de reformas profundas. Deixar essa reforma tributária da maneira como está é o fim da ZFM, precisamos torcer para que ela saia com base no Simplifica já”, alertou.