Em reunião com Paulo Guedes, Arthur Virgílio cobra agilidade no pagamento de programas habitacionais

No dia seguinte ao lançamento do programa habitacional federal “Casa Verde Amarela”, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, participou de uma reunião virtual da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) com o ministro da economia, Paulo Guedes, para discutir sobre obras habitacionais populares no país e cobrou do ministro o pagamento de dívidas do antigo programa, o “Minha Casa, Minha Vida”. “Para que seja feito qualquer investimento no programa novo é necessário liquidar as contas velhas, evitar dívidas”, afirmou Virgílio.

 

“A Caixa [Econômica Federal] atrasa as medições das unidades habitacionais construídas e, consequentemente, o pagamento das obras. Isso faz com que corramos o risco de não entregar os empreendimentos em tempo hábil. Estou terminando o oitavo ano de mandato e o problema que enfrento, certamente não ocorre apenas em Manaus”, explicou o prefeito da capital amazonense, que por meio da adesão ao programa federal já entregou quase 1,5 mil apartamentos populares e está em fase final da construção de 500 unidades.

 

Reconhecendo o problema, o ministro Paulo Guedes explicou que a Caixa tem enfrentado um acúmulo de atividades. “A direção da Caixa está ciente e esse problema ocorre porque estamos entupidos de trabalho. Estamos com um enorme desafio de desempenho em função de vários grandes programas ao mesmo tempo, como o ‘FGTS Emergencial’, o ‘Auxílio Emergencial’ e, agora, o ‘Casa Verde Amarela’. Estamos trabalhando para solucionar esses problemas, vamos fazer esse esforço nessa reta final”, prometeu o ministro.

 

Também participaram da reunião outros representantes de mais de cem municípios, além do presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luis Antônio França, que cobrou do governo federal agilidade nos processos burocráticos, para que ocorra uma aceleração nas obras. “Precisamos de novas obras, para que possamos manter os empregos. Isso só será possível se quando terminarmos uma obra já tivermos mais de uma liberada para começar, e para que isso ocorra precisamos de agilidade nos licenciamentos, para ajudarmos a economia do Brasil a crescer em um segmento que tem demanda”, afirmou.

 

Ainda segundo o presidente da Abrainc, o déficit habitacional brasileiro é de 7,8 milhões de moradias, sendo 70% habitações de baixa renda. “Habitação é um segmento muito forte, vamos precisar construir 9,6 milhões de moradias nos próximos anos. Hoje, a construção civil contribui com 8% do PIB e a expectativa é que possamos gerar mais de 7 milhões de empregos”, destacou França.

 

Privatizações

 

Durante a reunião, o prefeito de Manaus também alertou ao ministro Paulo Guedes sobre a importância das privatizações de empresas públicas. “Está na hora de o governo encarar essa questão das privatizações como publicidade, mostrar o valor delas, apresentando as empresas que devem ser extintas, as que devem ser preparadas para privatização e as grandes que necessitam ser vendidas logo, como Eletrobras e Petrobras”, destacou Arthur Virgílio. “Ainda existe um pensamento bastante retrógrado, que é contra a privatização, mas as empresas não privatizadas renderam escândalos em todos o país, por isso, o governo precisa mostrar as vantagens e desvantagens de se privatizar”, completou.

 

Guedes agradeceu a sugestão de Arthur e disse que precisa do apoio do Congresso Nacional, para que as privatizações sigam adiante. “Temos uma economia muito dirigista, centralizada, que acabou levando à corrupção dentro de uma democracia. A rota de privatizações é desejada, vamos tentar seguir com o apoio do Congresso, que já se mostrou reformista”, finalizou Guedes.