Mais de 50 acolhidos em espaço do Estado são realocados pela prefeitura

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), realocou mais de 50 pessoas em vulnerabilidade social acolhidas no Ceti Áurea Pinheiro Braga, na avenida Brasil, s/nº – Compensa 3, zona Oeste, implantado emergencialmente durante a pandemia do novo coronavírus, pelo governo estadual, no intuito de atender à população de rua. O espaço também contou com o apoio da prefeitura e Organizações da Sociedade Civil (OSC).

 

Após o anúncio da retomada gradativa das atividades pelo governo do Estado, a Prefeitura de Manaus desenhou um plano de trabalho para acolhimento desse público, para que não voltem às ruas sem um plano de desmobilização gradual. Desse total de acolhidos, 50 foram realocados para o acolhimento temporário implantado na escola municipal Professor Waldir Garcia, no bairro São Geraldo, zona Centro-Sul e sete para o Serviço de Acolhimento Institucional (SAI) Amine Daou Lindoso, na zona Sul.

 

Segundo a secretária da Semasc, Suzy Zózimo, conforme a determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto, a prefeitura tem desenvolvido um trabalho socioassistencial com a população de rua. Esses serviços vêm sendo realizados de forma continuada, pois foi feito um plano de atendimento dessas pessoas no início da pandemia, para que pudessem receber alimentação e serem protegidas de contaminação pela Covid-19.

 

“Neste momento, com a retomada das atividades e com a solicitação de que a escola onde funcionava o acolhimento fosse retomada para cuidados e início das aulas, a Prefeitura de Manaus está realocando os acolhidos para um novo abrigo temporário que conta com beliches, colchão, kits de higiene pessoal, entre outros materiais adquiridos pela prefeitura, além de terem acompanhamento de equipe multidisciplinar”, pontuou a secretária.

 

Conforme explicou a chefe de Divisão de Alta Complexidade do Departamento de Proteção Social Especial (DPSE) da Semasc, Alcione Teles, no novo espaço serão feitos atendimentos de forma individualizada, além de atendimento psicossocial, acompanhamento de OSCs que realizam atividades com esse público e a emissão de documentação.

 

“Esse plano de desmobilização é uma forma gradual de atendimento à população de rua, pois eles precisam ser assistidos no que diz respeito ao atendimento médico e encaminhamentos para as demais políticas públicas, para que não venham ser desassistidos como antes, com o objetivo de que possam ter seus direitos garantidos”, destacou Alcione.

 

Dessa forma, no novo espaço implantado na escola municipal Professor Waldir Garcia serão ofertados serviços de alimentação e higienização, além de dormitório para um público de até cem pessoas.

 

Rael Aguila, de 46 anos, vive nas ruas há 3 anos e já foi acompanhado pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e encaminhado para o Centro de Atenção Psicossocial- Álcool e Drogas (Caps-AD). Ele se encontrava há dois meses no antigo acolhimento do Ceti Áurea Pinheiro Braga e agradeceu a assistência da Prefeitura de Manaus.

 

“Necessitamos de uma segunda chance, quem falava que a prefeitura não estava trabalhando esse espaço mostra o contrário. O sentimento de ver não somente eu, mas muitos aqui, é gratificante. A rua não está fácil, o papelão está difícil, a entrega de comida pelas pessoas também. A vida de morador de rua não é fácil, pois ficamos submetidos a muita coisa na madrugada”, afirmou o acolhido.

 

Atualmente, com a transferência de acolhidos do Ceti, o município possui 37 acolhidos no Serviço de Acolhimento Institucional (SAI) Amine Daou Lindoso para população de rua. O espaço recebeu ampliação de mais 20 vagas de acolhimento e implantação de beliches.

 

Mais ações do município

 

Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, a Prefeitura de Manaus tem mantido diversas frentes de trabalho para amenizar os efeitos da doença na população em situação de rua.

 

Em mais de três messes, a Prefeitura de Manaus já distribuiu mais de 20 mil almoços e ofertou mais de 3.000 banhos a pessoas em situação de rua atendidas no espaço provisório implantado no Centro de Convivência do Idoso (Ceci), no bairro Aparecida, zona Sul. O espaço emergencial foi montado para ampliar as medidas de prevenção entre esse público contra o novo coronavírus.

 

O espaço provisório do Ceci Aparecida foi implantado como medida emergencial desde o dia 1º de abril. O local é administrado pela Semasc com funcionamento diário, das 11h às 13h, e a capacidade de distribuição de refeições é para 250 pessoas, enquanto os banhos são realizados em dias alternativos: segundas quartas e sextas-feiras. O Ceci também conta com o apoio do governo Estadual e Organizações da Sociedade Civil (OSC).

 

No equipamento socioassistencial, o Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) da Prefeitura de Manaus, localizado no bairro de Petrópolis, zona Sul, realizou, de janeiro a junho, a distribuição de 11.230 refeições (café da manhã e almoço) aos usuários. O acesso ao banho também fica disponível, de segunda a sexta-feira. Atualmente, 113 pessoas em situação de rua são acompanhadas pelo Centro POP.

A prefeitura também disponibiliza cozinhas comunitárias nos bairros Colônia Oliveira Machado, Vila da Felicidade, Colônia Antônio Aleixo, Santo Agostinho e Val Paraíso. Todas são administradas pela Semasc e cada unidade tem fornecido durante esse período de pandemia mais de 200 refeições gratuitas, todos os dias, na hora do almoço. Do público atendido, 60% é da população que vive em situação de rua.