A Sessão Plenária desta quinta-feira (16) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi marcada por intensos debates em torno dos problemas que o Estado tem enfrentado nos últimos meses. Os parlamentares estaduais discutiram a quebra do monopólio da venda do gás natural, a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação, que visa investigar irregularidades no setor, além da CPI da Saúde.
Os deputados estaduais Delegado Péricles (PSL) e Wilker Barreto (Podemos) repercutiram a fala do secretário estadual de Educação, Luis Fabian Pereira Barbosa, que acusou de “oportunismo” os deputados que assinaram o requerimento de instalação da CPI da Educação, revoltando os dois parlamentares. Wilker questionou a falta de licitações na pasta, afirmando que as compras e contratações são sempre com dispensa de licitação e isso não deveria acontecer.
Wilker também falou da CPI da Saúde e reclamou do que chamou de falso testemunho de alguns depoentes. “É preciso que, ao determinar falso testemunho, a CPI dê voz de prisão. Não é possível que essa comissão seja desrespeitada”, advertiu.
O deputado Fausto Jr. (PRTB) relatou a visita de inspeção da CPI da Saúde ao Hospital Francisca Mendes. Segundo ele, há falta de insumos e material, inviabilizando a realização de cirurgias. “O que mais me impressionou foi a falta de diálogo entre a direção do Hospital com o corpo médico. Quando questionamos a falta de equipamentos e instrumentos para cirurgia, os representantes da Susam disseram que estava tudo bem e não está”, questionou.
Lei do Gás
O presidente da Aleam, deputado Josué Neto (PRTB), teceu duras críticas ao governo do Amazonas, por não entender que o leilão para exploração dos blocos da Petrobrás será em agosto e, segundo ele, não haverá tempo hábil para votar a Lei do Gás.
De acordo com Josué,o atraso pelo governo estadual no envio da legislação para quebrar o monopólio da exploração de gás causará enormes prejuízos ao Amazonas. Em aparte, o deputado Sinésio Campos (PT) disse que é preciso haver uma nova matriz econômica e o gás pode ser essa solução. “A saída da Petrobrás do Amazonas preocupa por causa dos royalties que ela paga”, explicou.
Josué Neto afirmou que entende a demora do governador. “É para o governo continuar a ter o seu lucro, receber R$ 12 milhões por mês, enquanto o dono da Cigás lá na Bahia fatura R$ 100 milhões. A lei que irá garantir a quebra do monopólio só ficará pronta em setembro e o leilão acontecerá em agosto”, lamentou.