Na contramão dos impactos econômicos ocasionados pela pandemia, a construtora RD Engenharia continuou acreditando no potencial do mercado imobiliário de Manaus e, com planejamento, ampliou o quadro de colaboradores em 66,67% nos últimos três meses. O número de empregos diretos passou de 200 para 500 funcionários e com expectativa de duplicar o quadro até o final do ano.
“Numa analise cautelosa, identificamos nichos de mercado onde poderíamos atuar com a segurança de manter a empresa e expandir seu raio de atuação com a instalação de novas frentes de trabalho. Apostamos na demanda reprimida por bons produtos e investimos ainda mais na manutenção do nosso elevado padrão de qualidade. Esses fatores foram decisivos para manter os negócios em alta. O grande consumo nos levou ao reforço de nossa equipe. Estes trabalhadores foram contratados com carteira assinada e com a certeza de terem renda para alimentar e cuidar de suas famílias”, destacou o presidente da RD Engenharia, do Romero Reis.
Em 25 anos de atuação no Norte do País, com obras em Manaus, Boa Vista e em Presidente Figueiredo, a RD Engenharia construiu mais de 2 milhões de m² e , atualmente, conta com mais de 3 mil unidades habitacionais em produção. Ainda no segundo semestre a empresa deve lançar empreendimentos verticais nas zonas Centro-Oeste, Leste e Norte. O VGV (Valor Geral de Vendas) está estimado em cerca de R$ 300 milhões.
A falta de estoque demonstra a absorção pelo mercado dos produtos voltados, em especial, para famílias com renda mensal de até R$ 3 mil. “No Amazonas existe um déficit estimado em 160 mil unidades habitacionais. Esta demanda se concentra, principalmente, nas camadas de menor poder aquisitivo que anseiam por moradias dignas e em excelente localização. A RD tem direcionado suas edificações para o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Ofertando imóveis com padrão acima da média do mercado e com antecipação de até 6 meses do prazo de entrega, mantendo a confiança do consumidor manauara”, explicou Romero Reis.
A empresa planeja lançar a terceira fase do Leve Castanheiras, localizado no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste. Dos 1.088 apartamentos, 384 estão habitados, 384 em construção (com entrega prevista para fevereiro de 2021) e 320 serão lançados ainda este mês. “A RD tem tradição de efetivar negócios rapidamente. No passado, houve caso em que vendemos tudo, 180 unidades, em apenas três dias”, lembrou Elias Ayres, gerente comercial da RD.
A RD Engenharia iniciou suas atividades empresarias com foco nas obras de grande porte voltadas para o setor industrial, público e privado como hospitais, escolas, hotéis e prédios institucionais. Atualmente, opera no segmento habitacional. Entregou mais de 7.000 unidades residenciais e gera cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos.
Alavanca econômica
O desempenho da construtora amazonense representa um alento para as demais empresas que seguem em compasso de espera. Conforme dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), 79% das incorporadoras vão adiar lançamentos este ano no País. Apenas 14% vão manter os lançamentos previstos antes da pandemia e 7% das empresas ainda não têm uma posição definitiva sobre o assunto.
A construção civil amazonense deve fechar este ano pelo menos 20% abaixo do que conquistou em 2019, segundo estimativa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM).
O vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Amazonas (Ademi-AM) ao fazer uma análise do mercado desde o mês de março, quando iniciou o período de isolamento, revelou a queda no setor imobiliário e a incerteza. “No ano passado, o setor fechou, em Manaus, com faturamento de R$ 814 milhões, 32% a mais do que no ano de 2018. As projeções estimavam aumento nas vendas de 40% para este ano. Após uma fase difícil, 2020 seria o ano de respiro. Infelizmente a pandemia veio atrapalhar a recuperação do segmento”, declarou Hélio Alexandre.
De acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, a construção civil será a principal alavanca para que o País consiga retomar o ritmo econômico de antes da pandemia do coronavírus. O presidente também destaca que a construção civil é o único setor com capilaridade para movimentar os outros segmentos da economia brasileira no pós-pandemia. “A construção civil impacta diretamente 62 setores das áreas industrial e comercial e mais 35 setores de serviço. São 97 torneiras que são abastecidas quando se enche essa caixa d’água. Não há como irrigar a economia sem a construção civil”, compara.