Ao apresentar um plano de ações voltado ao combate do novo coronavírus no interior do Estado, a presidente da Comissão de Saúde e Previdência da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputada Mayara Pinheiro (PP), voltou a cobrar a instalação de um hospital de campanha para a população indígena e alertou que prefeitos do interior estão atuando “praticamente sozinhos” no combate a pandemia.
Em suas redes sociais, por meio de um vídeo, a deputada enfatizou a ruptura inesperada no planejamento de execução de políticas urgentes para saúde, com a saída de mais um ministro da pasta no âmbito federal. “Uma delas, é a promessa do hospital de campanha específico para a população indígena que até agora não se tornou realidade”, disse, ao afirmar que o Amazonas é um dos Estados que concentra a maior população indígena do país.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em números proporcionais, Roraima é o Estado com a maior população indígena, seguido do Amazonas.
Na publicação, a parlamentar disse que a situação dos 61 municípios do Amazonas é extremamente preocupante. “Diferente da capital, os municípios do interior não contam com serviços de UTI e de alta complexidade. O número de médicos e profissionais de saúde já era escasso e com o número de casos ainda aumentando, os profissionais que estão no interior serão ou já estão sobrecarregados”, enfatizou.
Diante da falta de estrutura física e pessoal no interior “os prefeitos estão combatendo esse mal praticamente sozinhos”, afirmou a parlamentar.
Plano estratégico
Além de hospitais de campanha específicos para o interior, a deputada Mayara Pinheiro apontou, em um Plano Estratégico de combate ao coronavírus, cinco medidas urgentes com o foco nos municípios do Amazonas. São elas: a contratação de médicos para baixa e média complexidade, buscando profissionais que já atuaram no Programa Mais Médicos, assim como os recém-formados, que passariam por capacitação na Universidade de Estado da Educação (UEA); testes para grupos de risco (idosos, hipertensos e diabéticos), possibilitando a intervenção precoce; acompanhamento laboratorial rigoroso dos pacientes durante todo o curso da doença; envio imediato de medicamentos do protocolo de atendimento da Covid-19 e o acompanhamento de alta complexidade por telemedicina, conectando médicos da capital com médicos do interior.
“Precisamos evitar que o interior seja negligenciado. O Estado tem que dar este suporte rápido para evitarmos mais mortes”, explicou.
Como presidente da Comissão de Saúde da Aleam, Mayara Pinheiro disse que já enviou diversos ofícios para a Susam, cobrando respostas sobre as ações reais e efetivas ao interior. “Seguimos sem resposta, mas vamos continuar cobrando”, concluiu.