Alisson diz se espelhar em Buffon: “Um dos maiores da história, senão o maior”

Inspirado também em De Gea e Oblak, goleiro da Seleção elogia no Brasil os trabalhos de Marcelo Grohe, Danilo Fernandes, Vanderlei, Cássio e Fábio e admite: “Tite tem um grande problema”

 

Após anos de escassez, os goleiros da seleção brasileira estão bem representados no futebol europeu. Na Roma e no Manchester City, Alisson e Ederson são grandes responsáveis pelo bons momentos de suas respectivas equipes na Liga dos Campeões. O primeiro deles passou a temporada passada na reserva do time italiano, mas agora ganhou a titularidade e virou um dos destaques da equipe de Eusebio Di Francesco. E sua inspiração vem logo de um rival.

– Gosto muito de ver suas defesas, meu ídolo é o Buffon, um cara em quem me inspiro muito. Ele é um dos maiores goleiros da história, senão o maior. Ele está sempre bem posicionado, por isso joga numa idade mais avançada. Tenho observado muito o De Gea, ótimo trabalho no Manchester. E gosto também do Oblak, que sempre fez bom trabalho no Atlético de Madrid – disse o goleiro, durante entrevista coletiva nesta terça-feira, em Paris.

 

Em seguida, Alisson foi questionado sobre os goleiros em atividade no Brasil e falou sobre a defesa que mais chamou a atenção recentemente (assista ao lance no vídeo abaixo).

– A defesa mais falada é do Marcelo Grohe, né, pela Libertadores. Um goleiro que admiro muito, um amigo, trabalhamos na Seleção, somos praticamente vizinhos de cidade, crescemos juntos. Ele vem fazendo um grande trabalho. E o Danilo Fernandes, por ser do meu time, acompanho bastante. Cresceu o nível no futebol brasileiro. Vejo poucos jogos pelo fuso, mas Vanderlei, Cássio e Fábio também.

 

Além disso, Alisson credita o bom momento a um velho conhecido da torcida brasileira, o preparador de goleiros da Seleção, Taffarel.

– Hoje 90% da importância do meu treinamento e dos outros goleiros está com o Taffarel. Passamos a maior parte com ele, em trabalhos específicos. É de extrema importância, um trabalho intenso, curto, temos pouco tempo, mas é um trabalho que o Taffarel lapida os goleiros para estarmos preparados no jogo – completou o goleiro.

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O goleiro da Roma e da seleção brasileira também falou da importância de Tite, que bancou sua titularidade mesmo quando ele era reserva na equipe italiana. Também falou sobre a braga por uma vaga na equipe. Apesar de titular, ele enfrenta a concorrência de Cássio e Ederson.

– O Tite tem um grande problema (risos). Acredito que da maneira como ele vem fazendo é a correta, colocando jogadores que ele acredita que deva colocar, fazendo alguns testes. É importante também manter uma espinha dorsal, uma base. Mas testes são válidos, todo mundo quando chegar a Copa tem de estar pronto, independentemente de ter jogado ou não. Os treinamentos contam muito.

Brasil e Japão se enfrentarão às 10h (horário de Brasília) desta sexta-feira, no estádio Pierre Mauroy, na cidade de Lille. A partida terá transmissão ao vivo da TV Globo, do SporTV e do GloboEsporte.com, que também vai acompanhar em Tempo Real.

Confira abaixo outros trechos da coletiva de Alisson

Tite

É um grande treinador no cenário mundial, é de extrema importância cuidar do ser humano, tratar o atleta com carinho, cuidado. Somos pessoas normais, temos sentimentos, necessidades, cada um gosta de ser tratado de um jeito, uns precisam de mais carinho. Tite tem muito esse “feeling” de saber lidar com cada um, mas somos todos iguais dentro da equipe. É importante se sentir à vontade.

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Reserva na Roma na temporada passada

Eu sempre procurei lidar de maneira positiva com críticas por eu não ter ritmo de jogo, mas sempre soube da minha qualidade. Eu me conheço melhor do que ninguém, sei o que posso render, em nenhum momento amoleci. Sempre procurei olhar para esse momento de assumir a titularidade da Roma. Isso passa confiança maior ao torcedor e à imprensa, sou mais visto jogando a Champions. A fase ajuda.

Momento atual na Europa

Lideramos um dos grupos da morte da Liga dos Campeões, com Chelsea e Atlético. Eu continuo trabalhando muito forte para aumentar meu nível, crescer no futebol, e que o trabalho se reflita na Seleção.

 

Evolução

Temos que procurar melhorar, sou mais experiente agora do que na temporada passada, mas sempre bato na tecla do trabalho. Treinar forte, me dedicar sempre, independentemente das circunstâncias. Hoje estou melhor preparado por ter ritmo de jogo, sequência no meu clube. Quando não tive, consegui driblar a sequência e manter nível alto na Seleção.

Disputa na Seleção

Eu já conhecia o Cássio por ele ser do mesmo estado que eu, cresceu na mesma cidade, em Porto Alegre. Jogou com meu irmão nas seleções de base. O Ederson eu conheci mais a partir do momento em que passou a ser convocado. Temos um ambiente de trabalho muito gostoso, conhecemos o lado pessoal de cada um, criamos certa amizade e torna a disputa ainda mais sadia.

Contato com Paris

A beleza da cidade já te recepciona por si só. Minha esposa me incomoda muito para virmos passear, ainda não tinha vindo a Paris. Treinar num estádio como esse, bonito, com grande estrutura, é sempre legal. O carinho das pessoas no hotel, pedem fotos, é muito importante para a gente.

Fonte: Globo Esporte.com