Wilson Lima assina decreto suspendendo as aulas em todos os municípios do Estado

Também foram suspensas atividades de academias de ginástica e o transporte fluvial de passageiros

O governador Wilson Lima assinou, nesta quinta-feira (19/03), novo decreto (nº 42.087) como medidas complementares para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus (Covid-19). Entre as novas medidas estão suspensão, pelo prazo de 15 dias, das aulas da rede pública estadual de ensino em todos os municípios do Amazonas, bem como das atividades em academias de ginásticas e similares e dos serviços de transporte fluvial de passageiros.

O anúncio do novo decreto foi feito pelo governador durante entrevista coletiva on-line, transmitida pelas redes sociais do Governo.

“As academias também já começaram a fechar, e eu assinei essa determinação hoje. Recomendamos que outros locais de aglomeração também evitem o funcionamento nesse período. Precisamos proteger um ao outro. A gente tem que mudar agora a nossa rotina, e quanto mais rápido a gente tomar essa atitude, mais rápido a gente vai conseguir superar essa situação”, afirmou o governador.

As novas medidas temporárias seguem recomendação do Comitê Intersetorial de Enfrentamento e Combate ao Covid-19, instituído pelo Governo do Estado ainda em novembro de 2019, a fim de evitar a circulação do vírus, no Amazonas. No último dia 16 de março, o governador Wilson Lima também já havia decretado situação de emergência na saúde pública do Estado, em razão da disseminação do novo coronavírus.

No novo decreto assinado pelo governador, foram suspensas todas as aulas no âmbito da rede estadual de ensino em todos os municípios do Estado, integrada pela Secretaria de Estado de Educação e Desporto, bem como do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas e da Universidade do Estado do Amazonas.

As suspensões foram estendidas as atividades de todas as academias e centros de ginástica, bem como outros estabelecimentos similares, no âmbito do Estado, assim como os serviços de transporte fluvial de passageiros, operados por embarcações de pequeno, médio ou grande porte, de qualquer natureza, dentro dos limites territoriais do Amazonas. As exceções são os casos de emergência e urgência, que serão definidos pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam).

Aeroporto – Wilson Lima frisou que, embora seja uma competência do Governo Federal, o Governo do Estado também estuda realizar monitoramento no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

“Nossa maior preocupação com relação ao aeroporto é com o monitoramento. É algo que estamos discutindo com a Anvisa e com a Polícia Federal, para que nossas equipes possam entrar no aeroporto e fazer esse monitoramento, essa triagem de todo mundo que desembarca. Uma equipe da secretaria de Saúde está reunida com a Anvisa para encontrar esse caminho sem que haja conflitos de competência”, observou o governador.

Parcerias com setor privado – Durante a entrevista coletiva, o governador e o secretário de Saúde, Rodrigo Tobias, frisaram que o Estado tem quantidade suficiente de insumos, mas busca meios de ampliar o estoque, com parcerias com o setor privado.

O Governo, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), por exemplo, solicitou a doação, junto a empresa Recofarma Indústria da Amazônia Ltda., de 41 mil litros de álcool em gel 70% (líquido) com o objetivo de ajudar na prevenção da propagação do vírus e na proteção dos servidores da saúde e dos pacientes que buscam atenção médica.

“Já recebemos um quantitativo significativo de máscaras e vamos receber pelo menos mais 130 mil unidades de máscaras específicas para proteger todos os nossos trabalhadores da área da saúde”, completou Rodrigo Tobias.

Call Center – Wilson Lima informou, ainda, que tem discutido com a inciativa privada a viabilidade da utilização de espaço e de pessoal para a implantação de uma central de informações sobre o coronavírus.

“Eu pedi para que o secretariado fizesse um levantamento das empresas que estarão com capacidade ociosa. Ou seja, alguns serviços vão acabar parando por esses prestadores. Estamos tentando encontrar um caminho para que essa capacidade ociosa seja revertida para atendimento do coronavírus. Por exemplo: empresas que podem ceder espaço para que a gente possa montar nosso Call Center, que possa ceder galpão, álcool em gel, máscaras ou coisas nesse sentido”, pontuou o governador.

De acordo com ele, já há uma parceria em andamento. “Inclusive nós já temos uma estrutura que foi disponibilizada por um fornecedor na Secretaria de Educação e Desporto para um Call Center que será utilizado por finalistas dos cursos de Medicina. A doutora Rosemary (Pinto, diretora-presidente da FVS-AM) está tratando dessa questão. Reuniu-se com o reitor da UEA, Ufam e universidades particulares”, explicou Wilson Lima.

“A gente fez esse movimento entendendo que esses alunos vão ter papeis bem específicos no cuidado, nos serviços de saúde. Os estudantes vão ajudar a população compondo essa equipe do Call Center, orientando a população”, completou o secretário de saúde, Rodrigo Tobias.