O médico Alejandro Aguinaga, que atende o ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, afirmou que ele cumpre o requisito constitucional para ter acesso ao benefício do indulto por ter uma enfermidade grave. Aguinaga acompanhou o traslado de emergência de Fujimori da prisão de Ate a uma clínica, há dois dias. Durante o traslado, milhares protestavam contra a extinção de sua pena. A informação é da agência Télam.
No entanto, o médico de Fujimori afirmou, em entrevista ao canal N, que o presidente “não tem uma enfermidade terminal”. O médico, que já foi também também presidente do Congresso peruano, questionou a ministra da Justiça e Direitos Humanos do país, Marisol Pérez Tello, que afirma que Fujimori não cumpre com as condições para o indulto. “A ministra da Justiça espera que uma resolução ministerial se sobreponha à Constituição”, afirmou Aguinaga.
Segundo o jornal peruano El Correo, Aguinaga alega que a Constituição não estabelece o requisito da enfermidade terminal, e sim o da enfermidade grave, para fundamentar a decisão presidencial, o que incluiria a situação de Fujimori.
“[Fujimori tem] enfermidade grave, seis intervenções por câncer na língua, tem 79 anos [que se completam no próximo dia 28]. Acaba te ter um episódio gravíssimo que poderia acabar com sua vida: taquicardia supraventicular, um coração que ficava a galope nos primeiros tratamentos, não respondia. Há dois dias, outra crise de hipertensão com arritmia cardíaca. Estamos em uma situação séria. Espero que [o presidente Pedro] Kulczynski lhe conceda o indulto”, afirmou o médico.
O caso de Fujimori está em análise por médicos, que embasarão a decisão presidencial. O presidente Kuczynski se reúne amanhã (11) com Keiko Fujimori, filha do ex-presidente condenado por crimes contra a humanidade. No mês passado, Keiko pediu que ele “faça uso do poder de presidente” e indulte seu pai, pois na sua opinião, “chegou a hora de agir”.
Fonte: Agência Télam