A expressão artística cantada, dançada e falada, transmitida pela tradição popular das festas juninas, é a área de conforto e desafio do quadrilheiro junino. Nesta terça-feira (27/6), o dia é dele: o Brasil comemora o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino. A lei 12.390, sancionada em 2011, lembra um dos profissionais mais significativos da cultura popular. Isso porque as festas juninas são consideradas um dos festejos mais comemorados pelos brasileiros. E para essa expressão ficar completa, não basta canjica e quentão, a quadrilha junina é fundamental.
De acordo com a Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq), que representa 20 entidades estaduais em todo o território nacional, “ser quadrilheiro é levar o São João no sangue, é fazer das fraquezas as forças para ultrapassar as barreiras e levar para todos os cantos do Brasil essa grande cultura, que emociona, que alegra e contagia. Ser quadrilheiro na raça é ser junino o ano inteiro”. A confederação ainda pincela uma definição para a quadrilha junina, trazida ao País com colonização portuguesa: “as apresentações das Quadrilhas Juninas são um momento imperdível, um espetáculo de cores, sons e tradições, transmitida através da alegria contagiante de seus componentes”.
No projeto que propôs a data comemorativa, a ex-deputada federal Nilmar Ruiz justificou que, ao estimularmos as manifestações culturais do nosso povo, estamos não só reconhecendo os cantares e falares da nossa gente como também registrando a memória nacional. “Ao dedicarmos um dia ao quadrilheiro, justamente no mês de junho, estamos oficialmente incorporando essa tradição das manifestações culturais brasileiras e homenageando todos que fazem com que se preserve esse legado nacional”, afirmou.
Já no parecer da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, o então senador e relator Roberto Cavalcanti reforçou que as quadrilhas juninas representam uma das manifestações mais marcantes da nossa cultura: “Tendo em vista essa magnífica demonstração de vitalidade da cultura brasileira, nada mais adequado do que reconhecer o Quadrilheiro Junino, conferindo-lhe uma data no calendário das celebrações brasileiras”.
Festas Juninas
As celebrações movimentam o calendário a partir de maio e tem seu ápice em junho, mês de comemoração de três santos católicos: Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29). Muito além de devoção e diversão, essas festas são verdadeiras oportunidades para se valorizar e apreciar manifestações da cultura popular brasileira. Trazida pelos portugueses, a festa junina se chamava “Joanina”, pois fazia parte das celebrações do dia de São João Batista. Segundo uma crença católica, Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus Cristo, teria feito uma fogueira para avisar sobre o nascimento de seu filho João Batista. Outras tradições, no entanto, afirmam que as fogueiras afastam os maus espíritos e têm poder de purificação.
Além da fogueira, fogos de artifício e bandeirinhas estão espalhadas por um Brasil em festa neste período. As festas de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) disputam o título de maior São João do Mundo, atraindo multidões. Juntas, as duas cidades devem receber 5 milhões de pessoas este ano. Mossoró (RN) é outro destaque da agenda nacional, além de São Luís (MA), Teresina (PI), Salvador (BA) e Aracaju (SE).
Fonte: Ministério da Cultura