Dia mundial do diabetes alerta para riscos da doença

Doença atinge mais de 13 milhões de brasileiros e índices devem aumentar mais de 150% até 2035 no mundo, segundo pesquisas

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), existem atualmente mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença no País, o que representa 6,9% da população nacional. No mundo, são cerca de 387 milhões de pessoas diabéticas. De acordo com o Atlas do Diabetes, esse número tende a aumentar mais de 150% até 2035.

 

Uma pesquisa do Ministério da Saúde indicou que entre os anos de 2006 e 2016 foi registrado um aumento de 61,8% nos casos de diabetes no país. Em paralelo, o número de casos de obesidade cresceu 60%. Por isso, para conscientizar a população ao combate, prevenção e diagnóstico precoce da doença, em 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes.

 

De acordo com o endocrinologista do Hapvida Saúde, Igor Veras, diabetes é uma doença caracterizada por aumento da glicemia (“açúcar no sangue”), resultante de uma secreção deficiente de insulina, resistência periférica à ação desta ou ambas. “É considerada importante problema de saúde pública, pois quando mal controlada pode levar a graves complicações no coração, artérias, olhos, rins, nervos e inclusive à morte”, alerta o endocrinologista do Hapvida Saúde.

 

Tipos de Diabetes

 

O especialista explica que a classificação atual foi proposta pela Associação Americana de Diabetes (Ada), em 1997, e se baseia na causa da doença, não na sua forma de tratamento. De forma geral, pode ser classificada em: Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2, Diabetes Gestacional e outros tipos específicos, tais como defeitos genéticos, secundário à endocrinopatia, induzido por medicamentos, entre outros.

 

O especialista esclarece que o Diabetes tipo 1 é uma doença crônica não transmissível, hereditária, que concentra entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo. Entre os principais sintomas do diabetes tipo 1 estão fome frequente; sede constante; vontade de urinar diversas vezes ao dia; perda de peso; fraqueza; fadiga; mudanças de humor; náusea e vômito.

 

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa do diabetes tipo 2 está diretamente relacionado ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Os sintomas do diabetes tipo 2 são: fome frequente; sede constante; formigamento nos pés e mãos; vontade de urinar diversas vezes; infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele; feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.

 

O Diabetes gestacional é definido pelo aumento da glicemia durante o segundo ou terceiro trimestre da gravidez. Está associada a maior frequência de abortamentos, macrossomia e mortalidade perinatal. Mulheres diagnosticadas com diabetes gestacional devem ser rastreadas ao longo da vida para pré-diabetes e diabetes tipo 2.

 

Fatores de risco

 

Além dos fatores genéticos e a ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes.

 

  • Diagnóstico de pré-diabetes;

  • Pressão alta;

  • Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;

  • Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;

  • Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;

  • Doenças renais crônicas;

  • Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;

  • Diabetes gestacional;

  • Síndrome de ovários policísticos;

  • Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;

  • Apneia do sono;

  • Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

 

Entre as recomendações formais para a prevenção do diabetes estão a prática de alimentação saudável (reduzir consumo de sal, açúcares, gorduras) e aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras, controle do peso e atividades físicas regulares, com uma frequência de no mínimo 150 minutos por semana de forma moderada à intensa.