O governo federal deu início neste sábado (9) à operação de desintrusão na Terra Indígena (TI) Munduruku, localizada no Pará. A ação, coordenada pela Casa Civil, busca remover invasores que realizam garimpo ilegal de ouro. O objetivo é garantir que a terra seja exclusiva para os mais de nove mil indígenas dos povos Munduruku, Apiaká e Isolados do Alto Tapajós, que vivem em 61 aldeias.
Objetivos da Operação de Desintrusão
A operação de desintrusão busca combater a mineração ilegal que afeta gravemente o meio ambiente e as comunidades locais. Com quase 2,4 milhões de hectares, a TI Munduruku sofre com o desmatamento e a contaminação de rios e solos por mercúrio, produtos usados pelos garimpeiros. A ação foi resultado de uma ação judicial movida pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) no Superior Tribunal Federal (STF), que determinou a prioridade na retirada de invasores da TI Munduruku.
Desafios na Terra Indígena Munduruku
A TI Munduruku é uma das mais afetadas pelo garimpo ilegal no Brasil. De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), além do impacto ambiental, a atividade garimpeira coloca em risco a saúde dos povos indígenas, com doenças relacionadas à contaminação por mercúrio. Em 2023, os municípios de Itaituba e Jacareacanga, próximos à terra indígena, registraram milhares de alertas sobre atividades de garimpo ilegal, com 41% desses alertas ocorrendo dentro de terras indígenas ou unidades de conservação federal.
Apoio Federal e Estratégia Logística
A operação de desintrusão conta com o apoio de diversos órgãos federais, incluindo o Ibama, a Polícia Federal e o Exército Brasileiro. Em uma reunião realizada em Itaituba, as equipes discutiram o plano logístico da ação, que terá apoio do Comando Militar do Norte. O Ministério da Defesa e o MPI estão à frente dessa força-tarefa, que também visa reforçar a fiscalização e garantir que as terras sejam protegidas contra futuras invasões.
A TI Munduruku continua sendo uma das mais críticas do Brasil em relação ao avanço do garimpo ilegal. O cumprimento das decisões judiciais e a demarcação das terras indígenas são, portanto, essenciais para proteger o modo de vida dos povos indígenas e preservar o meio ambiente.
Essa operação é um passo importante para a proteção dos direitos indígenas e a conservação ambiental, refletindo o esforço do governo e das entidades indígenas para combater a exploração ilegal de recursos naturais.
Foto: Márcio Lopes/Casa Civil BR
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