Nos últimos 20 anos, a internet passou de recurso limitado para necessidade essencial nos lares brasileiros, alcançando 85% de presença em áreas urbanas e 74% nas áreas rurais. Dados da pesquisa TIC Domicílios, conduzida pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br), vinculada ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, destacam um avanço significativo na conectividade do país desde 2005, quando apenas 13% das residências urbanas tinham acesso à rede. Hoje, são 141 milhões de brasileiros conectados, representando 86% dos habitantes das áreas urbanas.
Acessibilidade e desigualdades no acesso à internet
Apesar do avanço, a acessibilidade ainda apresenta desigualdades relevantes. Segundo a pesquisa, enquanto 100% dos domicílios da classe A possuem conexão, apenas 68% dos lares das classes D e E têm acesso. Esses números ressaltam a necessidade de políticas públicas para uma inclusão digital mais ampla e equitativa, com foco nas classes menos favorecidas. Além disso, a qualidade do acesso varia conforme a classe social, com apenas 22% dos brasileiros possuindo uma conectividade considerada “satisfatória”, segundo o Cetic.br, que considera fatores como velocidade e disponibilidade de banda larga fixa.
Uso de internet avança no país entre idosos- Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Mudanças nos dispositivos e na forma de uso da internet
O estudo indica ainda que o modo de acesso à internet sofreu transformações. Em 2008, a maior parte dos usuários conectava-se a partir de lan houses ou internet cafés, utilizando computadores. Atualmente, 99% das conexões ocorrem por meio de smartphones, com a TV ocupando o segundo lugar entre os dispositivos mais usados (60%). O aumento no uso da TV para navegação ilustra a crescente diversidade de meios de acesso.
Uso de serviços e habilidades digitais em crescimento
A pesquisa revelou o avanço no uso de serviços públicos digitais, como saúde e educação, e no uso de habilidades digitais, que são mais frequentes entre pessoas com maior escolaridade. Entre os entrevistados com ensino superior, 80% buscaram verificar informações na internet, enquanto apenas 31% daqueles com ensino fundamental relataram realizar a prática. As habilidades digitais variam conforme a escolaridade, revelando uma lacuna que acompanha a estrutura educacional brasileira.
Arte: Cetic.br