A segurança em transplantes no Brasil é assegurada pela realização de uma bateria de exames rigorosos em doadores. Segundo a legislação do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), todos os doadores de órgãos devem passar por testes que garantem a saúde e segurança dos pacientes que recebem os órgãos. Entre os exames obrigatórios estão os testes para HIV, hepatite B e C, e a doença de Chagas.
Exames obrigatórios para doadores
Além dos testes para doenças transmissíveis, os doadores precisam fazer tipagem sanguínea ABO e hemograma completo. Raquel Stucchi, infectologista e membro da Comissão de Infecção em Transplantes da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, destaca a importância de obter resultados rapidamente para garantir a continuidade do processo de doação. “Esses exames são fundamentais para detectar qualquer risco de transmissão de doenças”, explica Stucchi.
Caso isolado no Rio de Janeiro
Recentemente, um caso de infecções por HIV em pacientes transplantados no Rio de Janeiro levantou preocupações. No entanto, especialistas consideram esse episódio isolado e não representativo do sistema como um todo. Stucchi ressalta que, no Brasil, a presença de HIV em doadores é um dos principais fatores que inviabilizam a doação de órgãos. A médica garante que o sistema de transplante possui normas rigorosas que visam garantir a segurança dos pacientes.
Importância da doação de órgãos
A doação de órgãos é uma prática crucial para salvar vidas. Com cerca de 44.816 pessoas aguardando um transplante, a doação se torna uma opção vital para aqueles que precisam de um novo órgão para melhorar sua qualidade de vida. Stucchi enfatiza que cada doador pode impactar diversas vidas, tornando a doação um ato de solidariedade e esperança.
Busque orientação se tiver dúvidas
Pacientes transplantados que se sentirem inseguros após o ocorrido no Rio de Janeiro devem buscar orientação nos centros de saúde. Stucchi afirma que é natural ter dúvidas após situações como essa. “Os pacientes podem repetir exames se desejarem. Ninguém se negará a isso”, conclui a médica, reforçando que o caso é único e não deve causar pânico entre os transplantados.
Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro