O aumento de cursos de estética no Brasil levanta preocupações sobre a formação inadequada dos profissionais. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), 98% dos 3.532 cursos cadastrados no e-MEC não exigem formação em medicina, apesar de muitos ensinarem técnicas invasivas. Entre essas, destacam-se a aplicação de fenol e o polimetilmetacrilato (PMMA).
O CFM apresentou os dados durante o II Fórum do Ato Médico, revelando que 81% das mais de 1,4 milhão de vagas disponíveis estão vinculadas ao ensino à distância. Recentemente, a influencer Natalia Becker enfrentou acusações após a morte do empresário Henrique Chagas. Ela afirmou ter realizado um curso online para aplicar peeling de fenol.
Problemas na Formação
A proliferação de cursos de estética para não médicos gera um ambiente de insegurança. O CFM destacou a prática frequente de crimes relacionados ao exercício ilegal da medicina, resultando na necessidade de um pacto pela segurança do paciente. Esse pacto inclui compromissos de várias entidades e autoridades.
A Lei do Ato Médico, que regulamenta a prática de procedimentos invasivos, exige que apenas médicos realizem esses procedimentos. O CFM enfatiza que essa medida diminui as chances de complicações graves. Pesquisas revelam que muitos cursos online oferecem formações sem restrições, permitindo que qualquer pessoa aplique técnicas perigosas.
Consequências e Cuidados
O aumento dos relatos de complicações relacionadas ao PMMA intensifica a necessidade de regulamentação. Casos de lesões graves e até mortes surgiram após procedimentos estéticos mal realizados. O CFM relata que, diariamente, dois novos casos de exercício ilegal da medicina entram no sistema judiciário.
O conselho recomenda que os pacientes sempre consultem médicos antes de se submeter a qualquer procedimento estético invasivo. Além disso, é fundamental realizar essas práticas em locais que cumpram as exigências da Anvisa.
Fonte: Agência Brasil