Montagem de “3 Maneiras de Tocar no Assunto” é apresentada em Manaus e Parintins, com apoio do Governo do Amazonas
Nos palcos desde 2019, o espetáculo do Rio de Janeiro “3 Maneiras de Tocar no Assunto”, com dramaturgia e atuação de Leonardo Netto e direção de Fabiano Dadado de Freitas, desembarca no Amazonas para três apresentações gratuitas: nos dias 6 e 7 de junho, às 19h, em Manaus, e no dia 10 de junho, às 20h, no município de Parintins (distante 369 quilômetros da capital).
Na capital, o espetáculo ocorre no Teatro da Instalação e, em Parintins, no Centro de Estudos Superiores de Parintins (Cesp/UEA). Os ingressos gratuitos para as apresentações já estão disponíveis no link https://linktr.ee/3maneirasteatro, e também serão disponibilizados uma hora antes nas bilheterias. No Amazonas, as apresentações têm o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Responsável pelo texto, Leonardo Netto conta que a inspiração da peça surgiu após ler a obra “Homossexualidade – Uma História”, do escritor inglês Colin Spencer. “O livro traça um painel sobre a homossexualidade desde as sociedades primitivas até o surgimento da aids. O autor explica que o surgimento do que ele chama de ‘estado homofóbico’ se dá no Século 14, quando há a junção da igreja com o Estado, o governo”, detalha ele.
A partir disso, Leonardo pensou em como seria esse “estado homofóbico” nos dias atuais. “O que caracterizaria esse estado. Daí, pensei nessas três manifestações de homofobia, em três instâncias da Sociedade Moderna: na escola, que é o primeiro contato do ser humano fora da família; na criminalização da homossexualidade, pois em alguns países ainda é crime, e na política de estado, na supressão de direitos ou da negação dos direitos da comunidade LGBT pelos legisladores”, explica o dramaturgo.
Perspectivas
Sob direção de Fabiano Dadado de Freitas, a montagem já foi assistida por mais de 15 mil pessoas ao longo dos anos. De acordo com ele, nesse período, a homofobia e a intolerância continuaram existindo, mas, agora, as minorias voltaram a ganhar um olhar mais sensível do governo.
“A LGBTfobia continua existindo e os números tendem a aumentar porque as notificações estão sendo feitas. Mas é importante acentuar, e de forma positiva, que em 2019 havia um governo necropolítico e, nesse momento, nos afastamos dele e podemos ser sujeitos de políticas para a nossa comunidade”, afirma Freitas.
“Além disso, havia somente um deputado assumidamente gay (Jean Wyllys) e hoje, de maneira mais ampliada, temos vozes potentes como a deputada federal Érika Hilton e o senador Fabiano Contarato, e de outras pessoas que estão no Congresso”, salienta.
Com apresentação do Ministério da Cultura e do Instituto Cultural Vale, “3 Maneiras de Tocar no Assunto” tem classificação indicativa de 14 anos e 80 minutos de duração. Desde sua estreia, já passou por diversos estados brasileiros, causando uma série de reações em seu público.
“A peça faz uma convocação a uma ação para que o público saia, além de comovido e emocionado, engajado em combater a intolerância, que é um assunto de todo mundo”, diz o autor. “E a LGBTfobia está no conjunto dessas intolerâncias. Recebemos retornos fortes, por exemplo, de jovens que estão encontrando sua sexualidade ou estão entendendo sua identidade de gênero, e de pessoas que não são LGBTs, mas se sentem comovidas”, declara.
Interior
Sobre a escolha de apresentação da peça, em Parintins, Fabiano conta que é uma “cidade de grande importância para a cultura brasileira com uma festa significativa que diz respeito à origem cabocla, à origem indígena, que formam o País”.
“Estar na beira do [rio] Amazonas é significativo. Parintins entra na nossa rota por conta desses inúmeros fatores. Sempre tivemos o desejo de dialogar com o Brasil profundo, e tenho certeza de que estar em Parintins, em um espaço que faz parte da universidade, que faz parte de uma formação, vai ser forte e intenso”, finaliza o diretor.
A ficha técnica é composta por Leonardo Netto (texto e atuação), Fabiano Dadado de Freitas (direção), Marcia Rubin (direção de movimento), Renato Machado (iluminação), Luiza Fardin (figurino), Marcio Mello (visagismo), Rodrigo Marçal e Leonardo Netto (trilha sonora), Kuka Batista e Leandro Barreto (adaptação de luz), Luísa Barros (direção de produção), Amanda Cezarina (gerência administrativa), Thaís Pinheiro (produção executiva), H Produções (produção local), Rayane Mainara (fotos), Lê Mascarenhas (identidade visual), Geraldo Oliveira (design), Lucas Sampaio (comunicação social), Ronny Werneck (mídias sociais) e realização da Fulminante Produções Culturais e Ministério da Cultura.
Fotos: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa