A psicóloga Ivana Teles, da Hapvida NotreDame Intermédica, traz algumas recomendações sobre como manter o bem-estar
Criada em 2014, a campanha Janeiro Branco busca chamar a atenção da sociedade para o cuidado com a saúde mental e emocional, além da prevenção de doenças decorrentes do estresse. A escolha do mês se deu por ser o período de renovação em que as pessoas estão focadas na formulação de metas para serem cumpridas ao longo do ano.
As doenças mentais podem ser causadas por uma série de fatores, como genética, estresse, abuso de substâncias e traumas. Nesse rol entram também os transtornos de humor, esquizofrenia e bipolaridade. Esses distúrbios na saúde mental acabam afetando os indivíduos, que podem ficar impossibilitados (temporária ou permanentemente) de exercer suas funções laborais.
Nesse contexto, a psicóloga Ivana Teles, da Hapvida NotreDame Intermédica, traz algumas dicas para ajudar na manutenção do bem-estar em 2024. A primeira delas é a criação de um planejamento diário. “Já imaginou uma vida sem rotina? A gente não sabe direito como vai ser o dia, o que vai fazer, quais são os momentos de descanso e lazer. Tudo pode virar um grande caos. Então, construir uma agenda é necessário para delimitarmos, por exemplo, o tempo de autocuidado”, explica.
A psicóloga lembra ainda que o autocuidado é muito individual. “Para isso, precisamos pensar no que gostamos e o que faz sentido para começar a inserir na rotina. Esse é o primeiro item e existem várias possibilidades. Tem gente que gosta de ficar em contato com a natureza ou próximo de familiares. Não existe uma regra”, diz.
Também é importante preservar o repouso, uma vez que, caso a pessoa não tenha um noite bem dormida, muito provavelmente ela vai acordar cansada e com facilidade para estresse e irritação, o que pode prejudicar os vínculos. “Se o nosso sono não estiver preservado, alguns índices de produção de hormônios podem ficar em baixo e isso é prejudicial à saúde”, completou Ivana.
Outros pontos importantes são a prática de atividade física, para descarregar estresses e ansiedades comuns do dia a dia, e a redução do tempo de tela, para o uso de celular e TV não ultrapassar os limites saudáveis e se tornar um vício.
“Essas são algumas dicas para trabalharmos com prevenção. Mas, se em algum caso, essas dicas não forem suficientes, é importante procurar um psicólogo ou um psiquiatra. Isso também é autocuidado”, finaliza Ivana.
Dados importantes
De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo (cerca de 9,3% dos brasileiros sofrem da patologia) e o segundo maior das Américas em depressão (5,8%). Além disso, cerca de 1/3 da incapacidade total no mundo está relacionada à saúde mental, sendo os transtornos depressivos e os ansiosos as maiores causas – nacionalmente, são a 5ª e a 6ª causas de anos de vida vividos com incapacidade.
Ainda segundo a OPAS, entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais em países de alta renda não recebem tratamento adequado e, nos países de baixa e média renda, o percentual é ainda maior, ficando entre 76% e 85%.