Polícia Militar do Amazonas desenvolve treinamento de cães policiais para ações do Sistema de Segurança

Os cães atuam em missões de repressão à criminalidade, além de lidar com ocorrências específicas e prestar apoio operacional a outros órgãos

Na dinâmica da vida urbana, onde o desafio de combater a criminalidade é constante, a Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães) da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) surge como uma força única, composta não apenas por policiais militares, mas também por seus leais companheiros caninos. Esses incríveis parceiros não apenas compartilham o título de melhores amigos do homem, mas desempenham um papel indispensável no desenvolvimento de ações especializadas em policiamento.

Hoje, a CIPCães conta com uma equipe de 18 cães, criados internamente na corporação, e um efetivo de 47 policiais militares. Juntos, esses heróis de quatro patas e seus dedicados treinadores atuam em diversas missões, tanto no serviço operacional quanto administrativo. Os cães não apenas desempenham suas missões operacionais, mas também são cuidados, entretidos e alimentados com esmero, além de serem treinados para enfrentar situações de perigo.

O sargento Carlos Mendes, da CIPCães, explica que, entre os cães, 10 deles são Pastores Belga Malinois especializados em faro de narcóticos. Dois cães atuam na guarda e proteção, um na busca e captura, um no faro de cadáver, um Labrador nas ações de busca e resgate, e um Dobermann que brilha nas apresentações sociais.

A CIPCães não é apenas uma unidade primordial para o Sistema de Segurança Pública do Amazonas; é também uma força de apoio vital para outras unidades da PMAM e órgãos, como Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Seu papel se estende além de ocorrências próprias, demonstrando um comprometimento integral com a segurança e bem-estar da comunidade.

Operações de combate ao tráfico

Diariamente, a CIPCães se destaca em ações de combate ao tráfico de drogas, realizando operações motorizadas nas ruas da capital e nos portos, além de marcar presença constante em locais estratégicos, como a Base Fluvial Arpão, por meio da Operação Hórus/Fronteira Mais Segura, e em áreas de fronteira.

“No ano de 2023, tivemos bastante operações, principalmente nas nossas bases como a Base Arpão, onde os cães têm sido de grande importância. O cão de faro já foi responsável pela apreensão de toneladas de entorpecentes”, disse o sargento Mendes.

Em 2023, seus esforços resultaram na apreensão de 1,5 toneladas de entorpecentes, causando um prejuízo estimado de R$ 70 milhões ao crime organizado. O total de ocorrências em que a CIPCães esteve envolvida ultrapassa a marca de 500.

Treinamento e escolha

Os cães da CIPCães não são escolhidos ao acaso; eles passam por rigorosos testes desde o nascimento para avaliar suas capacidades únicas. A equipe de veterinários e adestradores, apoiada pelo Centro Veterinário (CEVET) da PMAM, monitora o desenvolvimento dos cães desde a fase inicial.

O treinamento, mais do que uma tarefa, é uma jornada de brincadeiras e recompensas, onde cada comando aprendido é uma vitória conquistada com afagos e o brinquedo preferido, a bolinha.

“O treinamento é feito diariamente, a gente faz uma socialização desses cães para que eles possam trabalhar em um ambiente, como nas embarcações. A socialização consiste em ‘conhecer o mundo’, conhecer outros animais e não se distrair com esses outros animais, não ter medo do balanço das embarcações. Tem cães de fora que sentem esse balanço e ficam temerosos, então a gente vai adaptando esses cães. O treinamento tem que ser uma brincadeira para o cão, quanto mais agradável, mas ele vai usar o que a gente quer, que é o sentido dele, no caso o olfato, que é bem aguçado. Qualquer estresse que esse cão sofra, ele já perde um pouco esse olfato dele”, explicou o sargento.

O treinamento desses heróis de quatro patas não apenas os prepara para a rotina diária, mas também os equipamentos para desempenhar papéis cruciais em diversas situações. Seja na detecção de artefatos explosivos, entorpecentes, armas de fogo, ou em intervenções táticas em ocorrências de alta complexidade, os cães da CIPCães são verdadeiros polivalentes no combate ao crime.

Foto: Vicente Silva / PMAM