Voluntárias destacam a importância do trabalho voluntário na luta contra o câncer

A Rede Feminina de Combate ao Câncer oferece um serviço de acolhimento para pacientes em tratamento na FCecon

Acolhimento, melhoria da autoestima, realização de trabalhos voluntários, sentir-se amada e retribuir o amor recebido às outras mulheres que fazem tratamento na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon). Esses são alguns dos sentimentos e ações promovidas por Elane Ribeiro e Marlene Alfaia, pacientes em tratamento de câncer de mama na Fundação e voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas (RFCC-AM).

A organização não governamental (ONG) é uma das parceiras da FCecon que atua na causa câncer, desenvolvendo projetos e ações sociais voltados ao apoio do paciente em tratamento contra a doença. No Amazonas, a RFCC-AM atua desde 1978 quando foi fundada.

O trabalho voluntário que ajuda hoje a salvar vidas e promover a autoestima de outras mulheres foi movido pela vontade de retribuir o amor e cuidado recebidos, como conta Ribeiro. Em 2020, ela foi diagnosticada com câncer de mama, tendo passado por uma mastectomia radical – retirada total – da mama esquerda.

“Quando me vi sem a mama, tive a ideia de confeccionar os próprios sutiãs, pois desejava continuar me achando bonita e usando as roupas que sempre usei. Passei a confeccioná-los todos à mão. Então, fui convidada por outra voluntária para costurar os corações utilizados embaixo do braço pelas mulheres mastectomizadas”, pontua Ribeiro.

Trabalho voluntário

Segundo Ribeiro, como não tinha experiência em máquina de costura, decidiu fazer um curso de corte e costura para poder trabalhar como voluntária na Rede Feminina. Ela conta que o trabalho feito pela ONG é importante, porque promove o acolhimento das pacientes com câncer, fazendo-as se sentirem amadas.

Entre lágrimas, Ribeiro conta que guarda o primeiro sutiã que ganhou para colocar a prótese, o que a fez sentir-se uma pessoa normal, que não tinha perdido a mama. “Tenho gratidão pelo o que a Rede Feminina fez por mim. Quando passamos pelo câncer, nunca saímos ilesas. O aprendizado é de alma e espírito, por isso as lágrimas. Depois, a gente só quer ajudar, amar as pessoas e retribuir o que recebemos. Quando estou confeccionando os corações, mentalizo a cura para as outras mulheres”, confessa.

Psicológico fortalecido

Para Marlene Alfaia, o desafio do tratamento do câncer foi manter o psicológico fortalecido após o diagnóstico positivo. Ela disse que a partir do momento que promoveu essa mudança de pensamento, as portas se abriram, pois não teve dificuldades para dar andamento ao tratamento. “Nunca encarei o câncer como uma doença perigosa, sou mais forte, e Deus à frente. Foi assim que consegui vencer a doença”, afirma.   

Descontração

Além da mudança de pensamento, Alfaia disse que passou a brincar com as situações pelas quais passava, como a queda de cabelo, quando ficou careca, e falava que era o ‘tio Chico’, personagem do filme Família Addams. Ela disse que outro desafio foi a perda do seio, uma vez que precisa levar a situação de forma descontraída. Mas confessa que o filho de cinco anos foi o motivo para continuar, pois precisava passar força para ele.

“Quando fui convidada para ser a modelo da campanha Outubro Rosa, de 2022, percebi que estava viva. Não podia ficar em casa, deitada assistindo filme por causa das limitações da cirurgia de mastectomia. Recebi o convite para ser voluntária na Rede Feminina e aceitei. Fiquei encantada com o trabalho, então, pensei que poderia fazer algo para ajudar outras mulheres”, disse Alfaia.

Marlene Alfaia confessa que se encontrou como voluntária, pois pôde colocar em prática os conhecimentos de corte e costura, artesanato, sentindo-se útil. Ela diz que hoje está feliz por poder ajudar outras mulheres.

Fonte: Secom

Fotos: Anderson Silva/Secom