As duas instituições unem suas experiências e expertises complementares em prol do desenvolvimento da economia do conhecimento no Amazonas
Um novo pacto foi firmado em favor do desenvolvimento da economia criativa no Amazonas. O Casarão de Ideias e a Valendo Economia Criativa da Amazônia decidiram unir suas experiências para fomentar novas formas de ocupação e renovação de espaços públicos e econômicos, reorganizando formas de empreendimentos existentes e criando novas formas de empreendimento no setor da economia criativa.
A união das duas instituições pretende fortalecer na região as diretrizes dos novos modelos que a economia criativa propõe. A ideia é reunir a experiência que as duas instituições já detêm em torno de um objetivo comum de desenvolvimento e inovação do setor.
“Em relação às nossas instituições, a Valendo Economia Criativa vai contribuir de forma executiva com o desenvolvimento da Associação Casarão de Ideias que, por sua vez, entra com todo o conhecimento criativo que já tem, de produção e gestão cultural nas atividades ligadas à Valendo”, explica Beto Contartesi, gestor da Valendo Economia Criativa.
Para o diretor do Casarão de Ideias, João Fernandes, o objetivo comum é a grande força da nova parceria. “São duas instituições que têm expertises diferentes, mas que têm o mesmo objetivo, no sentido do fomento e de perceber esses lugares novos de atuação e agregar, para além da economia criativa, a questão da tecnologia, de outros dispositivos que estão, hoje, sendo exigidos pelo mercado”, afirma.
A ideia também passa por transformar a visão que atualmente se tem da economia criativa no estado, mostrando que vai muito além do comércio informal de produtos artesanais. “Hoje, a economia criativa, dentro das próprias instituições, busca atuar para além da ação empreendedora. Há o aspecto da inovação, da sustentabilidade, da tecnologia. E, nesse lugar, as duas instituições se completam para pensar isso”, declara João Fernandes.
União de experiências
Recentemente, João Fernandes participou de eventos internacionais do setor da economia criativa, que apresenta um grande potencial de crescimento em todo o mundo. Um deles foi o Mercado de Indústrias Criativas Argentinas (Mica), cuja última edição contou com uma cooperação entre Brasil e Argentina.
“Estavam presentes todos os setores da economia criativa, como gastronomia, moda, design e games. Eu fui pelo Casarão de Ideias. Agora, o mercado vai acontecer em Belém, em novembro, e eu já fui selecionado para participar também”, conta João Fernandes.
Fernandes também é responsável pelo criação e gestão da maior referência de produção cultural da cidade e que realiza importante trabalho e requalificação urbana no entorno do Teatro Amazonas, com seu Casarão de Ideias.
À experiência criativa de João Fernandes à frente do Casarão de Ideias, que já lhe rendeu uma indicação como finalista do Prêmio Brasil Criativo, une-se a experiência de Beto Contartesi na área econômica.
Em São Paulo, por exemplo, Beto Contartesi participou recentemente da criação de um importante projeto junto a startups e grandes empresas do setor de tecnologia para democratização de acesso a sistemas de gestão empresarial (ERP) comércio eletrônico para micro e pequenos empresários, abrangendo toda a região do ABC e da capital.
Em Manaus, Contartesi fez parte da coordenação do primeiro projeto de economia criativa na cidade, organizando empreendedores em torno do tema integrado à requalificação do centro histórico de Manaus em seu marco zero, marco inicial Praça D.Pedro II e toda Ilha de São Vicente, a Feira do Paço, promovida pelo Instituto Amazônia.
Em Brasília, Contartesi está desenvolvendo uma série de parcerias com grupos de telemedicina, health tech, tratamento de água e conectividade. “Tudo isso está sendo desenvolvido para a geração de projetos de impacto. Ou seja, utilizar tecnologia para desenvolver projetos de alcance social, cultural, econômico e ambiental. Integrados, esses são os pilares da economia criativa”, explica.
Matriz econômica
Beto Contartesi lembra que trata-se de uma potencial matriz econômica para o Amazonas. “A economia criativa olhando para o fator econômico e para os fatores cultural, social e ambiental é uma potencial matriz para o Amazonas”, diz.
João Fernandes lembra que essa matriz econômica encontra eco nos planos de desenvolvimento econômico do atual governo federal. “É nessa matriz que o governo federal está buscando encontrar entes com esse perfil para construir essa nova relação”, afirma.
A união das duas instituições visa à criação de um ambiente no qual a economia criativa não se limite a eventos isolados, como a realização de feiras, mas que haja uma retroalimentação do ambiente econômico que efetivamente crie um mercado local para a economia criativa.
De acordo com João Fernandes e Beto Contartesi, essa visão ampliada da economia criativa também traz à tona questões importantes como territorialidade e identidade, ressignificando modelos e espaços e fazendo com que as organizações que participam da cadeia produtiva da economia criativa passem a se compreender de maneira mais clara.
O primeiro projeto fruto da parceria entre o Casarão de Ideias e a Valendo Economia Criativa é o 1⁰ Fórum Amazônia Criativa (Fórum de Economia Criativa da Amazônia Legal – Edição: Manaus) , que vai ser realizado entre os dias 11 e 17 de dezembro de 2023.
Durante o fórum, serão lançados um programa de fomento a empreendedores e um podcast que, quinzenalmente, receberá personalidades e lideranças da cidade para falar sobre economia criativa.
A iniciativa marca o início de um conjunto de projetos, ações e atividades desses feras que atuam localmente em Manaus e em outras capitais e municípios da Amazônia Legal, integrando nossa região aos novos ecossistemas nacionais em torno das novas matrizes econômicas e criativas que devem ser a tônica, por vocação ou por necessidade socioambiental, durante grande parte do século XXI.
Feira do Paço (Fotos: Instituto Amazônia)
Fonte: João Fernandes (Divulgação)