Foram apresentadas propostas de ajuda humanitária, canais de apoio e monitoramento de áreas protegida
O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), esteve reunido, nesta sexta-feira (06/10), com Organizações da Sociedade Civil (OSC) e órgãos ambientais, para alinhar estratégias de apoio a Unidades de Conservação Estaduais afetadas pela estiagem. A proposta é elaborar um plano de ação voltado ao atendimento emergencial das comunidades.
No encontro, foram apresentadas ações realizadas atualmente pelas OSC que possuem atuação junto a populações tradicionais e estão mobilizadas no enfrentamento aos efeitos da seca nas áreas protegidas. Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o objetivo é integrar as iniciativas das entidades às do Governo do Amazonas, para evitar ações sobrepostas e ajudar o maior número de localidades.
“O mais importante nesse momento é a estratégia, para que a gente não tenha sobreposição de ações, e assim todas as comunidades possam ser atendidas da melhor maneira possível. Podemos unificar os levantamentos a respeito das situações mais críticas e definir uma estrutura a partir do que o Estado já tem montado, por meio do Comitê de Emergência Ambiental”, afirmou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
Uma das principais discussões do encontro foi a dificuldade logística para acesso às comunidades residentes nas UCs, devido à seca dos rios. As organizações presentes e representantes governamentais reforçaram seus trabalhos de monitoramento e atuação em campo, bem como trataram do alinhamento logístico de chegada de insumos, como água e alimentos.
“É muito importante essa liderança que a Sema está assumindo de poder mobilizar todas as organizações e redes que atuam no Estado, sejam as organizações que atuam em projetos de conservação, de contenção de fauna e flora, assim como projetos que atuam nas comunidades indígenas e ribeirinhas. É uma força-tarefa que se constitui com a participação da sociedade civil, e que pode gerar bons resultados para o enfrentamento dessa crise climática que nós vivemos”, declarou o diretor da WCS-Brasil, Carlos Durigan.
“A gente já está mapeando áreas que possam estar isoladas. Em relação à mortalidade da fauna aquática, há também a preocupação com a qualidade e nível da água, para garantir que, se acontecer de novos patógenos chegarem na região, que isso possa ser avisado, e medidas possam ser tomadas. Esperamos que, com essa reunião, novos aportes de recursos e materiais possam chegar no interior do Amazonas”, afirmou diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, Emiliano Ramalho.
Mapeamento de fauna
Durante a reunião, Sema, Ipaam e Censipam divulgaram uma parceria para monitorar a fauna aquática nos rios do Amazonas durante a estiagem. O trabalho será feito com a ajuda de um aplicativo, a ser usado pelas instituições e a população geral, para mapear possíveis anormalidades.
“Todos esses dados vão nos ajudar aqui, em uma sala de situação criada pelo Ibama de Brasília, Ministério do Meio Ambiente, ICMBio e Corpo de Bombeiros, a montar as operações para que a gente possa ter uma previsibilidade de atuação, para conter e evitar mortes, como aconteceu no lago Tefé”, explicou o secretário.
Força-tarefa
Além de coordenadores da Sema, estiveram presentes os representantes do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Entre as OSC presentes estiveram a Wildlife Conservation Society (WCS-Brasil), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Instituto Juruá, Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Instituto Mamirauá, Instituto Socioambiental (ISA) e Fundação Getúlio Vargas.
FOTOS: Alex Pazuello/Secom