Nesta segunda-feira (11), a Escola do Legislativo “Senador José Lindoso”, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em alusão à campanha Setembro Amarelo, promoveu o início da Semana de Prevenção ao Suicídio, evento que contou com a participação de policiais militares e civis. A iniciativa reforça o compromisso de diversas instituições em abordar um tema crucial para a sociedade, visando à conscientização e à prevenção do suicídio.
Ao abrir o evento, o diretor da Escola do Legislativo, professor Jander Lasmar, lamentou que a vida moderna acabe por oferecer modos de vida sem propósito. “É muito importante que as instituições realizem conversas como essa”, disse.
A presidente do Instituto Silvério de Almeida Tundis (ISAT), médica psiquiatra Ana Maria Coelho Marques, foi convidada para a palestrar aos convidados e realçou pontos importantes para favorecer a compreensão da ideação suicida, fazendo um apanhado geral da história do fenômeno social.
“O fenômeno sobre o qual devemos nos debruçar não é o suicídio, e sim a falta de sentido de vida da pessoa atendida. O ser humano é a pessoa responsável por suas próprias escolhas. O suicídio se revela como a última escolha de suas vidas, pois tanto a ideação quanto a tentativa do ato suicida, desnudam o tamanho do seu desespero humano”, explicou.
O médico Arnoldo Andrade, diretor de Saúde da Aleam, contou o que a instituição tem feito ao longo dos anos a respeito da saúde mental e da prevenção ao suicídio entre os servidores.
“Esse é o desafio do ser humano e nós temos que entender que o universo é esse e esse universo é complexo mesmo, é singular, é próprio e a gente tem que discutir isso constantemente. E ele tira a própria vida porque ele quer se livrar de um sofrimento que ele não consegue explicar. Ele nem se conhece o suficiente pra entender porque está sofrendo. E é nesse caminho que nós temos que discutir e ajudar um ao outro. Buscar entender quem sofre. Por que sofre?”, comentou.
Andrade complementou afirmando que o parlamento estadual tem a obrigação de discutir o assunto. “É aqui que saem as leis que vão nortear o nosso comportamento no campo social”, finalizou.
Setembro Amarelo
O dia 10 deste mês é oficialmente reconhecido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas essa importante iniciativa se estende ao longo de todo o ano.
Atualmente, o Setembro Amarelo representa a maior campanha global de combate ao estigma relacionado ao suicídio.
Em 2023, o lema da campanha é “Se precisar, peça ajuda!”, e já estão em curso diversas ações relacionadas a essa causa.
O suicídio é uma triste realidade que afeta todas as nações, gerando graves impactos sociais. De acordo com a pesquisa mais recente realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, foram registrados mais de 700 mil casos de suicídio em todo o mundo, sem levar em consideração os incidentes subnotificados, o que sugere que o número total de casos pode ultrapassar 1 milhão. No Brasil, são registrados aproximadamente 14 mil casos de suicídio a cada ano, o que equivale a uma média de 38 pessoas tirando a própria vida diariamente.
Embora haja uma tendência global de redução desses números, os países das Américas estão indo na contramão dessa tendência, com índices que continuam a aumentar, de acordo com a OMS.
É importante destacar que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados a doenças mentais, muitas vezes não diagnosticadas ou tratadas de maneira inadequada. Portanto, a maioria dessas tragédias poderia ter sido evitada se os pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico adequado e a informações de qualidade.
Foto: Hudson Fonseca