Com o espetáculo “Resistência: A Força da Nossa Existência”, o Caprichoso protagonizou mais uma noite memorável no Festival Folclórico de Parintins, neste sábado, dia 1º de julho. A segunda noite revelou as lutas do boi negro de Parintins, um bumbá cuja dança, na origem das representações bovinas, foi perseguida pelas elites, onde muitos iam protestar nos jornais pedindo às autoridades intervenção nesses batuques feitos por “vadios”.
O espetáculo começou com a representação da chegada do Mestre Lióca, que vinha da Vila Amazônia remando em sua canoa para alumiar o caminho do Boi Caprichoso nas brincadeiras da ilha. Foi ele, o velho Mestre Lióca, mais uma vez, quem iluminou os caminhos do Boi Caprichoso rompendo os céus, com seu chapéu adornado de estrelas, guiando o Caprichoso para o espetáculo “O brado do povo guerreiro”.
O apresentador Edmundo Oran, o levantador de toadas Patrick Araújo e o amo do boi Prince do Caprichoso surgiram no início do espetáculo. A primeira grande alegoria da noite foi a Lenda Amazônica “Veleiro Cabano do Uaicurapá”, do artista Geremias Pantoja que trouxe para arena a rainha do folclore, Cleise Simas.
Na Figura Típica Regional da noite, o boi negro de Parintins apresentou “Os Quilombolas da Amazônia”, um brado de luta pela herança africana na Amazônia, alegoria assinada por Makoy Cardoso e Ney Meireles. O item 15 trouxe a porta-estandarte, Marcela Marialva, que evoluiu para o delírio da arquibancada azul e branca. A transformação alegórica deu origem a Exaltação Cultural, com a aparição de São Benedito e o Boi Caprichoso. A sinhazinha da fazenda Valentina Cid apareceu na sequência para sua evolução.
Um dos momentos mais marcantes e emocionantes da noite ocorreu durante a toada Hutukara Yanomami, com o manifesto poético do compositor Ronaldo Barbosa dedicada ao povo Yanomami e ao grande líder indígena Davi Kopenawa. Do alto, o momento revelou a cunhã-poranga Marciele Albuquerque Munduruku, seguida dos tuxauas do Boi Caprichoso.
A noite foi coroada com o grande Ritual Indígena “A Consagração do Guerreiro”, do artista Kanedy Prata. O momento arrepiante revelou o grande líder indígena, pajé Erick Beltrão que evoluiu ao som de Maraka’yp. O Caprichoso encerrou a noite brincando de boi-bumbá na arena, entoando os clássicos do Festival de Parintins para encerrar o segundo ato do tema “O Brado do Povo Guerreiro”.
O espetáculo “O Brado do Povo Guerreiro” é construído a muitas mãos. Em 2023 o boi da estrela na testa contou com parceiros importantes para a realização do trabalho. Com isso a diretoria azulada agradece o apoio dos setores públicos e privados que destinaram recursos para o Festival deste ano que são: o Governo Federal, Ministério do Turismo, Governo do Estado do Amazonas, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Amazonastur, Coca-Cola Brasil, Bohemia, Bradesco, Porto, Tectoy Transire, Bemol, Bemol Farma, Eneva, Samel e Pixbet. Apoios de Infostore, O Boticário. Emissora Oficial: TV A Crítica. Agência oficial: Maná Produções. Apoio institucional da Prefeitura Municipal de Parintins.
Fotos: Pedro Coelho, Arleison Cruz, Alexandre Vieira e Michel Amazonas