Saullo Vianna vê mecanismo de cashback e aumento da geração de empregos como pontos positivos da Reforma Tributária para mais pobres

Câmara discute formas de tornar mais justo sistema de arrecadação de tributos em duas audiências públicas

Membro do Grupo de Trabalho (GT) que se debruça sobre a Reforma Tributário, o deputado federal amazonense, Saullo Vianna (União-AM), fez uma avaliação positiva dos mecanismos propostos, em duas auduências públicas do colegiado, visando ao aumento do consumo e da geração de empregos.

Vianna vê os mecanismos de devolução do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para os mais pobres, o chamado cashback, bem como o possível aumento na geração de empregos como reflexos da Reforma Tributária que podem tornar o sistema tributário brasileiro mais justo, sobretudo para os mais pobres.

“Há estudos que estimam que o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) com o cashback deve aumentar em 21,2% o consumo das famílias que ganham até 1 salário mínimo. A ideia é devolver o tributo no caso dos produtos da cesta básica, mas apenas para os mais pobres. E a expectativa é de que, em 10 a 15 anos, a reforma possa gerar 12 milhões de novos empregos”, diz Saullo Vianna.

Pela proposta em análise, a devolução beneficiaria apenas para as famílias registradas no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), o que, por exemplo, pode deixar de fora grupos importantes como as empregadas domésticas.

Devolução para os mais pobres- Saullo Vianna defende que o sistema de devolução contenha algum mecanismo de desoneração tributária para que grupos que não estejam no cadastro único não sejam prejudicados.

Nesta quarta-feira, 19, e terça-feira, 18, os membros do Grupo de Trabalho (GT) que analisa a Reforma Tributária ouviram especialistas e centrais sindicais e se debruçaram sobre aspectos que podem reduzir a regressividade do sistema, ou seja, o fato de que os mais pobres pagarem mais no consumo que os ricos.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador do GT, voltou a defender um sistema com uma alíquota de referência e outra de equilíbrio, além do cashback. Segundo ele, dependendo de como o sistema avançar, a devolução de imposto pode ser ampliada em lei complementar.

“No futuro, em uma lei complementar, pode ter cashback para o estudante, políticas de intercâmbio, material escolar. É possível. A partir do momento que o programa começa a rodar, ele é simplificado. É evidente que as forças vivas da sociedade, que se organizam através da representação política, podem avançar mais”, disse.