A expectativa quanto à iminente reforma tributária proposta pelo governo federal e seus reflexos diretos nas atividades desenvolvidas na Zona Franca de Manaus (ZFM), as quais incluem os vetores econômicos complementares como os segmentos de bioeconomia e de tecnologia da informação e comunicação, motivaram a realização, nesta terça-feira (24), da reunião “Reforma tributária: impactos e soluções para a Zona Franca de Manaus”, ocorrida no auditório do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), em Manaus.
Promovida pela Associação do Polo Digital de Manaus (APDM), com apoio da Suframa e do CBA, o evento realizado em formato híbrido foi guiado pela gerente de pesquisa e desenvolvimento da empresa Compal, Jacqueline Freitas, e reuniu o deputado federal Sidney Leite, o ex-superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, o assessor parlamentar do senador Omar Aziz, Farid Mendonça, e o diretor de relações governamentais, pesquisa e desenvolvimento da Positivo Tecnologia, José Goutier Rodrigues, além do diretor executivo da APDM, Murilo Monteiro, e de representantes de instituições públicas e privadas presentes tanto no auditório do CBA quanto por videoconferência.
A proposta da agenda foi debater sobre a discussão que se dará em Brasília para contribuir da melhor forma para que a principal matriz econômica da região – o modelo ZFM – e os vetores complementares que muito contribuem para a geração de empregos de qualidade, renda e a interiorização de investimentos tenham seus diferenciais competitivos preservados.
Competitividade
Em sua contribuição, Thomaz Nogueira comentou sobre as intenções de gestões públicas passadas de levar à frente a reforma tributária e, em todas as ocasiões, diversos pontos foram apresentados sobre a relevância das atividades desenvolvidas na Amazônia para o Brasil, sempre com foco na manutenção da competitividade local. Para ele, este ponto deve ser ratificado, uma vez que o que se gera de riqueza na região é devolvido à União e, consequentemente, repassado aos demais estados da federação em forma de investimentos.
Nogueira ainda falou que “é importante frisar, em meio a toda discussão vigente, que não se pretende substituir a atual matriz econômica local, baseada no Polo Industrial de Manaus, mas complementá-la. Esta pode ser uma oportunidade para todas as outras áreas da economia local. Mantida a competitividade, poderemos redesenhar as atividades e avançar para somar com a matriz vigente”.
Conhecer a região
O deputado federal Sidney Leite destacou que é preciso ter um alinhamento com os demais estados da região para que se reitere a validade da matriz econômica atual e a necessidade de se resguardar a economia regional diante dos debates da reforma tributária.
O parlamentar acredita ser pertinente manter uma agenda junto aos representantes da indústria, comércio e serviços para tratar do tema, “assim como é relevante interagirmos mais com os estados vizinhos e, ainda, trazer parlamentares de outras regiões para conhecer a realidade local. Afinal, quando não se conhece do que está sendo tratado, acaba-se por falar de algo sem a base de informações necessária, apenas olhando números e estatísticas”.
Colaboração do Polo Digital
Por entender a relevância da temática para o cenário econômico regional, a Associação do Polo Digital de Manaus e seus associados, que compõem o ecossistema de inovação local, têm buscado contribuir com as tratativas para achar soluções para a região frente aos desafios da reforma tributária.
O diretor executivo da entidade, Murilo Monteiro, disse que “semanalmente, reunimos com grupos de associados para debater sobre políticas públicas, de forma a pensar no fortalecimento do ecossistema de inovação e do Polo Industrial de Manaus. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento aqui possíveis nos levam a figurar como o estado que mais gera empregos de média-alta e alta tecnologia no país. Este e outros pontos são fundamentais para se discutir atualmente. Contem conosco para colaborar sempre em prol da região”.
Fotos: Divulgação/APDM