O Centro de Especialidades Odontológicas Dr. Rubim Sá (CEO Norte), da Prefeitura de Manaus, conquistou reconhecimento nacional pela atuação inovadora no tratamento de crianças com anquiloglossia, conhecida popularmente como “língua presa”. A experiência é a única da região Norte selecionada pelo Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) para o Laboratório de Inovação em Saúde Bucal.
“Estamos muito felizes com esse resultado, e aproveitamos para parabenizar os servidores do CEO Norte pelo excelente serviço prestado à população. Foram 102 trabalhos enviados de todo o Brasil, e apenas sete foram aprovados, ou seja, somos referência em saúde bucal e continuaremos trabalhando para fortalecer os serviços garantidos pelo SUS”, afirma a titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Shádia Fraxe.
A diretora do CEO Norte, Najila Fadel, conta que no dia 29 deste mês, os profissionais do CEO Norte irão apresentar um seminário para todo o país sobre a execução deste trabalho. No dia 30, está prevista a visita presencial de equipe técnica do Ministério da Saúde na unidade, localizada na rua 77, n° 26, quadra 240, núcleo 11, bairro Cidade Nova II.
Iniciativa
A atuação do CEO Norte no diagnóstico e tratamento da anquiloglossia em pacientes pediátricos, sob a ótica da odontologia, foi conduzida pelos cirurgiões-dentistas Silvane Evangelista e André Barreiros, junto aos demais profissionais da unidade. Além disso, a reabilitação dos pacientes foi apoiada por equipes multidisciplinares de outras unidades referenciadas, com pediatras, fonoaudiólogos, odontopediatras, osteopatas e consultores de amamentação.
“O CEO é uma unidade de referência da Atenção Secundária, onde nós especialistas recebemos o público encaminhado das unidades básicas para realização de procedimentos específicos não realizáveis na rede básica, sendo o tratamento da anquiloglossia um deles. Acredito que esta conquista será um incentivo a mais projetos e na exposição do desenvolvimento da saúde no município de Manaus, no Estado do Amazonas e por que não em toda região Norte do Brasil”, destaca o cirurgião-dentista André Barreiros.
Silvane Evangelista explica que em 2020, diante da pandemia de Covid-19, as atividades dos CEOs foram reduzidas porque os funcionários foram deslocados para atuar na linha de frente, e os atendimentos nessas unidades se voltaram para casos de urgência de saúde bucal. A partir de então, os profissionais começaram a perceber uma crescente demanda de bebês e crianças com a “língua presa”.
“Eles não podiam esperar, porque isso poderia prejudicar a amamentação, a introdução alimentar, e até mesmo a fala. Então nós tivemos a ideia de acolher esse paciente de maneira prioritária. Quando o paciente com anquiloglossia era encaminhado ao CEO, inclusive de outros municípios do Amazonas, nós acolhemos o núcleo familiar e tratamos esses pacientes”, lembra a cirurgiã-dentista.
Anomalia
Silvane detalha que a anquiloglossia é uma anomalia do desenvolvimento bucal, caracterizada pelo frênulo lingual curto. Esse problema ocasiona a limitação da movimentação correta da língua, e interfere em funções fisiológicas como a amamentação, a fala e a deglutição (ato de engolir).
“Tais alterações podem e devem ser diagnosticadas logo após o nascimento do bebê, através do teste da linguinha, com o intuito de evitar problemas como falhas no desenvolvimento do sistema estomatognático, desmame precoce, gerados pelo desconforto e dor da mãe durante a amamentação e com isso levando a perda ou pouco ganho de peso do neonato, além de dificuldade na introdução alimentar e no desenvolvimento da fala”, informa.
Fonte: Semsa