Prefeitura de Manaus realiza mais de 5 mil atendimentos do programa de profilaxia e controle da raiva humana em 2022

O programa de Profilaxia e Controle da Raiva Humana, da Prefeitura de Manaus, realizou este ano 5.061 atendimentos. O número é referente às pessoas que procuraram uma unidade de saúde em caso de agressão por animais domésticos (cães e gatos) ou silvestres, que são potenciais transmissores do vírus da raiva para o ser humano, além de atendimento de profilaxia de pré-exposição para alunos e profissionais da área de veterinária. Entre o total de casos, 4.011 foram por agressão de cães e 784 por gatos.

Para reforçar as ações de prevenção, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) preparou uma série de atividades educativas por meio dos Distritos de Saúde (Disa), com o apoio das equipes de 18 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que executam as ações do Programa de Profilaxia e Controle da Raiva Humana, em alusão ao Dia Mundial de Luta contra Raiva, 28 de setembro.

Na UBS Carmem Nicolau, localizada no bairro Lago Azul, zona Norte, uma programação foi realizada na manhã desta terça-feira, 27/9, com palestra e distribuição de material informativo para servidores e usuários dos serviços de saúde.

“Durante esta semana, o Disa Norte organizou atividades nas UBSs que integram o programa de controle da raiva humana na zona Norte de Manaus. É uma oportunidade de sensibilizar a comunidade sobre a importância das medidas de prevenção e de divulgar os serviços disponíveis na rede municipal para o controle da doença”, explicou a diretora do Disa Norte, Paola Oliveira Santos.

A zona Norte conta com seis UBSs que atuam como referência para atendimento de pessoas que sofrem algum tipo de agressão por animais silvestres ou cães e gatos: Carmem Nicolau (Lago Azul), Armando Mendes (conjunto Manoa), Balbina Mestrinho (Cidade Nova 2), José Figliuolo (Residencial Viver Melhor – Lago Azul), Áugias Gadelha (Cidade Nova) e Sálvio Belota (Santa Etelvina).

Segundo a enfermeira Renata Moreira Pereira, técnica referência do Programa de Profilaxia e Controle da Raiva Humana do Disa Norte, as seis UBSs realizam entre 100 a 150 atendimentos por mês.

“As atividades educativas estão sendo promovidas nas seis UBSs justamente para fortalecer o vínculo da população com o serviço e para que as pessoas saibam onde procurar atendimento. Também estamos destacando a importância do cuidado com os animais e da vacinação antirrábica para cães e gatos, lembrando que a campanha de vacinação deste ano já foi iniciada nos bairros de Manaus”, informou Renata.

As medidas de profilaxia após a agressão por um animal têm como objetivo evitar que a pessoa desenvolva a doença, caso o animal esteja contaminado pelo vírus da raiva, e incluem a vacinação antirrábica e/ou indicação do soro antirrábico para a pessoa agredida pelo animal, dependendo da avaliação do profissional de saúde.

Na UBS Carmem Nicolau o atendimento é realizado diariamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados. De segunda a sexta-feira, a UBS atende das 8h às 19h, e aos finais de semana e feriados, das 9h às 18h.

A enfermeira Agadielen Rocha de Souza, técnica do programa na unidade de saúde, informou que, quando o paciente chega procurando atendimento, a primeira medida é lavar o ferimento com água e sabão, e depois é feito o curativo.

Em seguida, o paciente é atendido pelo médico ou enfermeiro para avaliação do tratamento adequado para o caso. Quando o animal é passível de observação, a orientação é observar o animal por 10 dias para identificar qualquer tipo de alteração no comportamento.

“No 11º dia, entramos em contato com o paciente para saber se o animal apresentou alguma alteração e também monitoramos a cicatrização do ferimento. Se nesse período de 10 dias, o animal não fugiu, não adoeceu e não morreu, não há indicação de vacina. Mas quando não é possível observar o animal agressor ou em casos de agressão por animais silvestres, como morcegos, há indicação para vacina e soro para o paciente agredido”, explica Agadielen Souza.

Acompanhando a esposa para atendimento na UBS Carmen Nicolau, Fernando Gomes Rodrigues, morador do bairro Santa Etelvina, participou da atividade educativa e disse que é muito importante obter mais conhecimento sobre a doença e o serviço. “Não sabia que essa UBS oferecia esse atendimento, mas agora posso divulgar para a minha vizinhança”, afirmou Fernando Rodrigues.

Raiva

A raiva é uma zoonose, causada por um vírus que atinge o sistema nervoso central, transmitida por mamíferos, geralmente letal. É caracterizada como uma encefalite progressiva e aguda, podendo ser transmitida dos animais para o ser humano por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura de mamíferos contaminados pelo vírus.

Animais domésticos, como cães e gatos, e silvestres, em especial morcegos e macacos, são os principais transmissores. A gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim, ressalta que o mais importante é que as pessoas procurem uma Unidade de Saúde de forma mais precoce possível, para avaliação dos casos de forma individual, garantindo o tratamento adequado e em tempo oportuno.

“A Semsa tem feito um esforço para qualificar cada vez mais os serviços e ampliar o atendimento. A vigilância é fundamental na identificação de casos suspeitos, o que vai reduzir risco de surtos da doença”, ressaltou Cláudia Rolim.

Segundo a gerente, os últimos registros de casos de raiva animal em Manaus ocorreram em 2003 e de raiva humana em 1985, mas o Brasil registrou 26 casos de raiva humana entre 2017 e julho de 2022.

“O registro desses casos no país mostra que o risco para a doença existe e a população deve manter atenção para sempre procurar atendimento no caso de acidentes com animais que podem transmitir a raiva. Além disso, os tutores devem vacinar anualmente os cães e gatos, que são os animais que convivem de forma mais próxima com o ser humano e por isso há maior risco de transmissão da doença”, alertou a gerente.

Mais informações sobre o Programa de Profilaxia e Controle da Raiva Humana podem ser obtidas no site da Semsa (https://semsa.manaus.am.gov.br/vigilancia-epidemiologica/ ).

Fonte: Semsa