A Prefeitura de Manaus dará início, nesta segunda-feira, 15/4, à primeira etapa da instalação de mosquiteiros para o controle da transmissão da malária na cidade. O trabalho será executado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), que pretende instalar nove mil mosquiteiros, repassados pelo Ministério da Saúde, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), beneficiando moradores de áreas com maior risco para a ocorrência de casos de malária.
De janeiro a março deste ano, foram notificados 1.368 casos de malária em Manaus, representando uma redução de 43,84% em comparação com o mesmo período do ano de 2018. A baixa é reflexo das estratégias de saúde adotadas na gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto, mas ainda sim precisam de reforço, como explica o chefe do Núcleo de Controle da Malária da Semsa, João Altecir Nepomuceno da Silva.
“Em janeiro a redução foi de 33,8%, em fevereiro foi de 50,7% e em março chegou a 52,8%. Mas, mesmo com a redução, Manaus tem que continuar em alerta, já que é uma doença endêmica na região amazônica, ou seja, o risco para o aumento de casos e de novos surtos de malária é permanente”, destacou João Altecir.
Para executar o trabalho, servidores dos Distritos de Saúde (Disas) Leste e Rural receberam orientações sobre a instalação dos mosquiteiros que são impregnados com inseticidas de longa duração, do tipo para cobertura de camas e de redes. Segundo a Semsa, a entrega será de acordo com avaliação do risco epidemiológico, inicialmente nas áreas do ramal do Brasileirinho e em comunidades da área rural terrestre e fluvial.
“A distribuição será feita de forma criteriosa para que o equipamento possa beneficiar a população que realmente precisa, em mais uma estratégia utilizada para complementar o trabalho de combate à malária que já é realizado em Manaus”, explicou o chefe do Núcleo de Controle da Malária da Semsa.
Orientações
A primeira etapa de orientações aos profissionais aconteceu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Gebes Medeiros, no bairro Jorge Teixeira (zona Leste), também com instruções sobre a forma de abordagem aos moradores que irão utilizar os mosquiteiros.
“Experiências anteriores mostram que é necessário fazer um trabalho intenso de educação em saúde junto à população para garantir a utilização e manutenção correta dos mosquiteiros. Para isso, os profissionais foram orientados a abordar os moradores destacando a importância do equipamento na proteção da saúde da família atendida e também de toda a comunidade”, observou a gerente de Vigilância Ambiental da Semsa, enfermeira Alinne Antolini.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. “Então, uma pessoa doente não é capaz de transmitir diretamente para outra pessoa, sendo necessária a presença do vetor, que é a fêmea do mosquito Anopheles. Isso significa que, com um menor número de pessoas infectadas, há menos risco do protozoário causador da doença ser transmitido para outros moradores em uma comunidade”, reforça Alinne.
Controle e Sintomas
No combate à malária, a Semsa utiliza uma série de estratégias, com foco na busca ativa de pacientes com sintomas suspeitos da doença, diagnóstico precoce e tratamento oportuno, reduzindo o risco de surtos da doença. Também é feito o controle vetorial para evitar a proliferação do mosquito.
As ações são executadas com o apoio de agentes de endemias, treinados para reconhecer os sinais e sintomas, e que ainda realizam visita de casa em casa para a coleta de material para exames, com a entrega medicamentos e supervisão do tratamento quando necessário.
Os principais sintomas da malária são: febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Também podem ocorrer náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.