A Secretaria de Estado de Saúde (Susam), de janeiro até março deste ano, pagou R$ 965 milhões, que corresponde a 35% do orçamento da pasta para 421 empresas e cooperativas médicas. O valor foi levantado pelo deputado estadual Dermilson Chagas (PP) durante a reunião da entrega, pela Susam, do relatório do 3º Quadrimestre de 2018, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
O secretário da Susam, Rodrigo Lima, que entregou relatório, por meio da sua equipe técnica, confirmou que não terá recursos suficientes para fechar o ano de 2019, devido aos pagamentos. “São contratos de serviços, firmados até o final de abril que serão pagos”, disse.
A informação obtida por Dermilson é que, mesmo embolsando dinheiro do Estado, as empresas e cooperativas médicas não estão pagando os seus trabalhadores. “Isso não melhora em nada o atendimento na saúde pública, que está um caos”, ressaltou Dermilson, citando a empresa CC Batista ME, que administra o Hospital João Lúcio. “Essa empresa, nos últimos três meses, recebeu mais de R$ 1 milhão e os seus funcionários estão sem receber desde outubro de 2018. Só ganharam o 13º salário e as férias porque está em lei. Já está na hora do Estado rever esse tipo de situação, porque estão pagando quase todo o orçamento para essas empresas que não estão sequer pagando os trabalhadores”, ressaltou Dermilson.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados da Saúde, Graciete Mouvinho, são quase 2 mil trabalhadores das cooperativas e empresas que estão atualmente sem receber os seus salários. Ela alega que existem empresas que receberam e que não repassaram para os funcionários, mas existem também outras que ainda não receberam, mesmo publicado como apto no Portal da Transparência. “Nunca acredito no Portal da Transparência Pública. Sempre que informações de pagamentos ficam disponíveis, eu vou na secretaria conferir se houve ou não o depósito” afirmou.
Para Dermilson, a falta de gestão do governador Wilson Lima (PSC) é “gritante” já que não existe nenhum plano para realizar cortes de gastos ou uma reforma administrativa. “Vemos uma Susam preste a ficar sem dinheiro pelos contratos de valores exorbitantes pagos para as empresas que não cumprem acordo com os seus trabalhadores”, finalizou.