BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro deixou claro durante o café da manhã com jornalistas, nesta sexta-feira, que está efetivamente disposto a conversar com caciques dos partidos do Congresso e atender algumas demandas, mas reafirmou que não irá trocar cargos pelo apoio parlamentar. Sem tergiversar, admitiu que parte das arestas com a classe política se deve à pouca intimidade de sua equipe com o parlamento.
— A maioria dos ministros não tem nenhuma habilidade política. Vivência política. Ontem, alguns (presidente de partido) reclamaram de ministros, de bancos oficiais… O presidente da Caixa recebe umas 20 ligações e não tem como atender. Mas tem que ter alguém que atenda. Muitas vezes o pedido é uma coisa simples, às vezes cabe a ele só colocar uma assinatura — pontuou.
O presidente disse ainda que a única preocupação real do governo hoje é na votação da reforma da Previdência. Um dos temores reinantes hoje no Congresso é justamente com a possibilidade de a relação entre Executivo e Legislativo piorar após o projeto prioritário do Planalto ser aprovado.
— A não ser a Previdência, não temos outra medida que tenhamos de forçar a barra para aprovar — destacou Bolsonaro.
Bolsonaro fez uma avaliação positiva da conversa com os presidentes de partidos na quinta-feira. Em busca de apoio para a aprovação da reforma da Previdência, ele recebeu os presidentes do PRB, PSD, DEM, PP, PSDB e MDB no Planalto. Para o presidente, eles entenderam a nova forma de fazer política que o novo governo quer implementar.
— Ninguém falou em cargo ontem. No dia anterior, o vice (Hamilton Mourão) falou em cargo, mas não aconteceu. Matamos no peito — afirmou, destacando, no entanto, que não ficará restrito às cúpulas das legendas: