O presidente Jair Bolsonaro disse no discurso de menos de 10 minutos que proferiu durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos EUA, que o governo brasileiro faz “busca incansável” pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista brasileiro Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo (5), na região do Vale do Javari, no Amazonas. Não é o que pensam algumas organizações indígenas e também não é o que pensa o Supremo Tribunal Federal (STF), muito menos boa parte da imprensa internacional.
PEDIDO DE SOCORRO AO STF
A discordância entre a fala do presidente e as organizações indígenas é tanta que a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), juntamente com o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) protocolizaram uma petição junto ao STF pleiteando maior celeridade e eficiência nas buscas.
FALTA EFICIÊNCIA
De acordo com informações disponibilizadas em nota pela Unijava, “as aeronaves disponíveis não foram utilizadas com celeridade e eficiência (o que é imprescindível para complementar as ações fluviais e terrestres, dadas as condições geográficas da região) e o número de embarcações e de agentes públicos atuando nas buscas é reduzido, o que torna o trabalho demorado, incompleto e insuficiente”. Para as organizações indígenas, há uma “incapacidade e omissão dos órgãos responsáveis pela fiscalização e proteção dos territórios indígenas”, como afirmou a petição protocolizada no STF.
CONFLITOS GRAVES
Ainda na petição, as organizações esclarecem ao STF que sua maior apreensão é que o local do desaparecimento “condensa conflitos graves, num clima de violência em que madeireiros, pescadores ilegais e o narcotráfico internacional exercem suas atividades”. De resto, as entidades representativas dos indígenas deixam bem claro que não estão vendo a “busca incansável” que Bolsonaro declarou nos EUA estar sendo empreendida pelo governo federal.
STF ENQUADRA GOVERNO FEDERAL
O STF também discorda da fala de Bolsonaro. Tanto assim que o ministro Luís Roberto Barroso atendeu prontamente as reivindicações das organizações indígenas. Barroso não só determinou que o governo federal adote todas as medidas necessárias para encontrar a dupla desaparecida, como também que seja apresentado um relatório sigiloso contendo todas as providências adotadas e informações obtidas sobre o desaparecimento, no prazo de cinco dias.
DESFECHO TRÁGICO
Infelizmente, os muitos dias sem respostas e as últimas evidências que vêm surgindo levam a crer que o jornalista e o indigenista foram executados. O sangue encontrado na lancha de Amarildo da Costa de Oliveira, o pelado, suspeito de envolvimento no caso e já preso; os sinais de escavação encontrados em área próxima ao local que a dupla desapareceu; os relatos de periculosidade do suspeito e de que ele teria se armado e ido atrás dos dois desaparecidos em sua lancha – tudo ainda sob investigação – levam a crer que o desfecho será uma notícia trágica.
NÃO PASSAM DE BOATOS
O ex-vereador Marco Antônio Chico Preto (Avante) desmentiu o que classifica como “boatos” que dão conta de que ele não é o preferido do líder maior de seu partido, o prefeito David Almeida (Avante), para ser o indicado a concorrer ao Senado. Segundo Chico Preto, David não quer no Senado alguém “diferente de seu espírito comprometido por Manaus e o Amazonas”. O pré-candidato ao Senado garante que segue sendo a escolha do chefe para disputar a vaga.
RISCO É FICAR SEM MANDATO
O que andou sendo dito, por fontes do próprio partido de Chico e David, é que haveria um movimento para convencê-lo a sair na disputa por uma vaga de deputado federal. Não seria uma má ideia. Afinal, é notório que Chico Preto teria muito mais chances de se eleger para a Câmara Federal. O problema é que o ex-vereador decidiu há muito tempo que é peixe grande e que, portanto, deve disputar cargos majoritários. O resultado é que tem ficado sem mandato. E corre sério risco de repetir o resultado mais uma vez.
“DIA D” DE MULTIVACINAÇÃO
A Prefeitura de Manaus promove, neste sábado (11), o “Dia D” de multivacinação. A população está sendo convocada para participar da campanha, se dirigindo a um dos 99 postos de vacina disponibilizados, de 8h às 16h, pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A mega-ação busca reverter o cenário de baixa cobertura vacinal na cidade, principalmente de crianças menores de 1 ano de idade. Os endereços dos postos fixos e mais detalhes sobre o Dia D de multivacinação em Manaus podem ser conferidos no site da Semsa (semsa.manaus.am.gov.br).
