Encerrando a programação alusiva ao Dia Mundial de Luta contra a Malária, 25 de abril, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu nesta quinta-feira, 28/4, na escola municipal Arthur Virgílio Filho, localizada na comunidade Arthur Virgílio (ramal da Escola Fazenda), Km 15 da BR–174 (Manaus – Boa Vista), uma ação educativa para a prevenção da doença.
Segundo a chefe do setor de Educação e Saúde e Mobilização Social da Semsa, enfermeira Lilian Paula Zacarias, a programação foi iniciada na segunda-feira, 25/4, com atividades para sensibilizar a população sobre as formas de transmissão, cuidados e tratamento da doença.
“As ações foram concentradas em locais de grande circulação de pessoas, em pontos de entrada e saída do município, como a rodoviária, porto e a barreira da rodovia AM–010, assim como em locais de maior vulnerabilidade para a transmissão da malária. Nesse encerramento em uma escola na zona rural, área de risco para a doença, o objetivo foi orientar, por meio de atividades lúdicas, estudantes e a comunidade sobre as formas de prevenção, mas também alertar sobre a importância de o paciente não abandonar o tratamento, como ocorre em alguns casos”, ressaltou Lilian Zacarias.
O município de Manaus registrou neste ano 703 casos de malária, com uma redução de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação à zona rural terrestre, que abrange ramais e comunidades localizadas no entorno da BR–174 e da AM–010 (Manaus – Itacoatiara), o número de casos este ano é de 128, redução de 35,7% em relação ao ano passado. Na zona rural fluvial, que abrange as comunidades ribeirinhas localizadas ao longo dos rios Negro e Amazonas, foram 103 casos notificados este ano, em uma redução de 33,1%.
“A redução no número de casos de malária na zona rural acompanha o que ocorre no município de Manaus, sendo resultado de um trabalho contínuo de ações de controle da doença, com a busca ativa de casos em domicílio, ações de vigilância das notificações, de controle do vetor de transmissão da doença e da promoção de atividades de Educação em Saúde”, informou o gerente do Distrito de Saúde (Disa) Rural, Rubens Souza.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do tipo plasmodium, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Além de febre alta, o paciente pode apresentar sintomas como calafrios, tremores, sudorese (suor excessivo) e dor de cabeça, e em alguns casos podem surgir náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
Busca ativa
O chefe do setor de Endemias do Disa Rural, Francisco Ricardo Santana, também lembrou que a busca ativa de casos suspeitos da doença, com a oferta do exame da gota espessa, é uma rotina nos serviços dos agentes de endemias na zona rural, principalmente quando o paciente já apresenta os sintomas da malária.
“A coleta de material para o exame é realizada e, após a confirmação da doença, o paciente já recebe a medicação. Além da vigilância constante para os casos suspeitos, também é feita a investigação em criadouros naturais, em igarapés e rios, e áreas de piscicultura, com pesquisa larvária para identificar se há a presença do mosquito, e, se houver necessidade, é feita a aplicação de biolarvicida. A Semsa também faz distribuição e instalação de mosquiteiros em localidades com maior transmissão da malária”, reforçou Francisco Santana.
Para Beatriz da Silva Dias, moradora da comunidade Arthur Virgílio, as ações de controle da doença são essenciais para o cuidado da saúde dos moradores na zona rural. “Tenho 26 anos e vivo nessa comunidade desde o meu nascimento. Por ter tido malária várias vezes, acabei tendo hepatite. E por isso acredito que é muito importante ter ações de educação em saúde, já que tem certas informações que a gente não sabe, e com as palestras recebemos as orientações para a prevenção”, afirmou Beatriz.
Atendimento
Durante a ação educativa para o controle da malária, o Disa Rural, com o apoio da Unidade Básica de Saúde (UBS) Nossa Senhora Auxiliadora, realizou a oferta de vacinação de rotina, de consulta médica para a população e promoveu palestra com foco nos riscos para a saúde da gravidez na adolescência.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde do Disa Rural, Janiete Barbosa, explicou que a zona rural registra um índice elevado de gravidez na adolescência e que por isso os profissionais de saúde aproveitam todas as atividades para abordar o tema com as adolescentes.
“A gravidez na adolescência pode trazer prejuízos para a saúde, em especial nos casos de meninas menores de 14 anos, que ainda não têm o corpo totalmente desenvolvido e preparado para uma gravidez. Podem ocorrer casos de aborto e de crianças que nascem com deformidades, porque o corpo da adolescente não teve tempo para se adaptar ao feto. E o nosso trabalho é no sentido da prevenção, inclusive alertando sobre as doenças sexualmente transmissíveis, para que as adolescentes possam crescer e planejar com segurança o momento de engravidar”, destacou Janiete.
Fonte: Semsa