Após repetir várias vezes que insistiria na estratégia do diálogo com o governo federal para resolver o imbróglio envolvendo a redução do IPI e a Zona Franca de Manaus, o governador Wilson Lima (UB) surpreendeu a todos e protocolou, nesta sexta-feira (22), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os efeitos do Decreto que reduz linearmente o IPI em todo o território nacional, provocando enormes danos ao Polo Industrial de Manaus (PIM).
STF + DIÁLOGO
O governador salientou que a ação no STF não inviabiliza o diálogo político que pretende continuar mantendo com o governo federal. Quanto à reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que Wilson disse que deve ocorrer na terça ou quarta-feira da próxima semana, ainda não há confirmação. Ao REBOJO, a Secretaria de Comunicação do governo informou que a agenda do governador para a próxima semana ainda não está confirmada.
RISCO DE IRRITAR O REI
Ao decidir sair da confortável inação jurídica que preferiu manter e pela qual vinha sendo alvo de críticas dos adversários, Wilson assume o risco de irritar o presidente, que costuma agir como um monarca absolutista quando é contrariado. A verdade é que o governador se viu numa sinuca de bico: ou corria o risco de pôr em xeque um almejado apoio de Bolsonaro à sua reeleição, ou confirmava as inúmeras versões que vinham sendo divulgadas por seus opositores de que estava preterindo a defesa da Zona Franca em prol do apoio do presidente.
ESTRATÉGIA DE SAIR NA FRENTE
Wilson Lima toma a decisão de ingressar com a ação no STF dois dias depois da bancada amazonense no Congresso Nacional anunciar que vai submeter uma ação semelhante à Corte Suprema. Dois dias depois, também, do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, prometer recorrer ao STF em favor da ZFM. Amazonense, Simonetti também vinha sendo cobrado a se posicionar. Como Wilson já tinha a ADI pronta na gaveta, conseguiu assumir a dianteira.
CRÍTICAS CADUCARAM
Outro feito obtido pelo governador ao acionar o STF foi fazer com as críticas ao seu posicionamento sobre o assunto caducassem. A acusação de omisso estava entre as preferidas de seus adversários nos últimos dias. Ficaram obsoletas. Ontem mesmo (quinta-feira, 21) o deputado estadual Ricardo Nicolau (Solidariedade) comemorava a ADI de seu partido, que na verdade é da bancada do Amazonas em Brasília, e criticava a omissão do governo.
“NEGÃO” CONTRA FHC
O pré-candidato ao governo Amazonino Mendes (Cidadania) também aproveitou a onda de críticas ao atual governo e relembrou, em suas redes sociais, que entrou com uma ADI contra o governo de Fernando Henrique Cardoso, mesmo sendo aliado dele, em defesa da ZFM. “Assim deve agir um governante que tem compromisso com seu povo”, postou Amazonino. Com a atitude desta sexta-feira (22), Wilson inviabiliza essa crítica.
ARAUTO DA ANTIPOLÍTICA
Quando finalmente decidiu se pronunciar sobre a questão envolvendo a redução do IPI e a ZFM, o deputado federal Delegado Pablo (UB) saiu com uma pérola: ao criticar seus demais pares da bancada do Amazonas, afirmou que estão “politizando” a questão. Uma pérola do léxico bolsonarista. Afinal, quem não deseja “politizar” questões, não deveria se candidatar a um cargo eletivo, se tornando um político profissional. Alguém precisa avisar ao delegado que ele foi eleito justamente para politizar questões do cotidiano da população no parlamento. Ademais, mesmo se discutido em mesa de bar, o debate sobre IPI e ZFM é uma questão de política econômica.
CONFIANTE NA SOLUÇÃO
Outro que não compareceu à reunião da bancada na residência do senador Omar Aziz, não justificou a ausência e demorou a se posicionar publicamente, o deputado federal Alberto Neto (Republicanos) informou, por meio de vídeo, que está dialogando todos os dias com o Ministério da Economia para encontrar uma solução para baixar os impostos em todo o país sem prejudicar a ZFM. Vice líder do governo Bolsonaro, o deputado diz estar confiante na solução do conflito, ainda que essa confiança já tenha sido quebrada repetidamente por parte do Planalto.
AMOM PERTO DE CUMPRIR PROMESSA
O vereador Amom Mandel (Cidadania) está mais perto de cumprir a promessa que fez ao ser eleito, em 2020, com aproximadamente 7,5 mil votos. Na ocasião, Amom prometeu plantar uma árvore para cada voto que recebeu. Nesta sexta-feira (22), o vereador anunciou que o projeto “Galho Forte” alcançou a marca de cinco mil árvores plantadas em Manaus. Ou seja, faltam pouco mais de 2,5 mil árvores para igualar os 7.537 votos recebidos. E Amom já avisou que o projeto não vai parar mesmo depois de atingir a meta estipulada.
ALEAM NO PRESENCIAL
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (UB) bateu o martelo. Após defender a continuação das sessões híbridas mesmo como arrefecimento da pandemia de Covid-19, voltou atrás. Anunciou que, a partir do dia 2 de maio, as sessões da Casa Parlamentar estadual voltarão a ser exclusivamente presenciais.